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Foto em cima: Miguel Poeira, principal na EY-Parthenon na área da mobilidade.
A redução de custos da eletrificação está relacionada, sobretudo, com o facto de "o motor ser muito mais simples, havendo muito menos peças móveis que possam gerar custos de manutenção; cerca de 1% destas peças móveis, como velas de ignição e filtros de óleo, não existe nos veículos elétricos, tal como aditivos, tratamentos e efluentes dos gases do motor. O próprio desgaste térmico causado pela combustão também não ocorre", afirmou Miguel Poeira, principal na EY-Parthenon na área da mobilidade, durante o Electric Summit, uma iniciativa do Negócios, da Sábado e da CMTV, em parceria com a Galp, a REN e a Siemens, com a EY como knowledge partner e Oeiras como município anfitrião.
Principal na EY-Parthenon na área da mobilidade
Estima-se que o custo de manutenção de um veículo elétrico seja menos de metade do de um veículo de combustão. "O esqueleto é o mesmo, mas a tecnologia é muito diferente", resumiu Miguel Poeira. Em média, essa poupança pode variar de 50 a 70 euros por ano, apenas em manutenção. Embora os valores variem entre empresas e particulares, há uma poupança significativa nos custos de manutenção a longo prazo.
O ponto que mais preocupação causa aos gestores de frotas é a bateria. Em termos de custos de reparação e substituição, o padrão atual da indústria oferece uma garantia de oito a dez anos. Miguel Poeira observa que há veículos novos para os quais os fabricantes fazem recomendações específicas para preservar a durabilidade da bateria.
Para Miguel Poeira, o facto de o custo total de propriedade ou ‘Total Cost of Ownership’ (TCO) ser inferior "não justifica, por si só, uma adoção em larga escala dos veículos elétricos, embora ajude a aumentar esse diferencial. O grande impulsionador ainda é, por enquanto, o esquema de incentivos fiscais para as empresas".
Fatores para baixar preços
"Quando se fala no custo total de propriedade, este está frequentemente associado à componente de renting, mas inclui também outros fatores, como o custo de energia, os custos operacionais e a amortização. Houve um aumento do TCO em Portugal nos últimos anos, cerca de 30% em 2022-2023, tendo estabilizado no último ano, precisamente devido ao conjunto destes fatores que influenciam o TCO", assinalou Miguel Poeira.
Relativamente ao retorno do investimento em veículos elétricos, Miguel Poeira considera que "o custo inicial de uma nova tecnologia é sempre mais elevado do que o de uma tecnologia estabelecida. A verdade é que o custo desta tecnologia de veículos elétricos tem vindo a diminuir, o que é normal e já aconteceu com outras tecnologias".
Existem ainda três outros fatores que influenciam a adoção em larga escala e que contribuem para a redução de preços. Um desses fatores é a diversidade dos modelos disponíveis: há empresas que necessitam de modelos muito específicos, como pick-ups, carrinhas de distribuição ou veículos pesados, para os quais ainda não existe uma oferta consolidada no mercado. O mercado tem-se focado, principalmente, no maior segmento, que é o de ligeiros de passageiros, tanto em termos de diversidade como de qualidade da oferta. Outros dois pontos importantes são a redução do custo de produção unitário destes veículos e a diminuição dos custos de financiamento. Adicionalmente, a partir de 2025, os fabricantes terão de cumprir quotas de produção que correspondam a uma redução de 15% nas emissões.