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Combustíveis sintéticos, uma solução para o longo prazo

Não existe ainda hoje, à escala global, uma fábrica de dimensão comercial que produza combustíveis sintéticos. Mas, dentro de dez a 15 anos, poderá ser uma alternativa real.

Dos países com potencial nas renováveis, Portugal é o único com projetos de hidrogénio verde em fase avençada, diz a auditoria do TCE.
Dominika Zarzycka/Getty Images
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"O hidrogénio verde pode ter um papel nos mixings energéticos, sendo visto como energia renovável nos setores dos transportes, da indústria e do armazenamento de energia. Poderá ter um peso de 20 a 25% no mix energético nas próximas décadas", concluiu Diogo Almeida.

No setor dos transportes, o hidrogénio poderá ser a alternativa de combustível sempre que a solução não seja a eletrificação. No transporte rodoviário, pode-se utilizar o hidrogénio em fuelcell, células de combustível, substituindo o gasóleo e o diesel. "Vemos esta alternativa como mais viável para transporte pesado de passageiros e mercadorias a longa distância, ou seja, sempre que a bateria seja uma alternativa viável", refere Diogo Almeida.

Não existe, atualmente, à escala global, uma fábrica de dimensão comercial que produza combustíveis sintéticos. Isto ilustra a magnitude do desafio e a necessidade de utilizarmos todas as ferramentas ao nosso dispor para descarbonizar. Diogo Almeida
Diretor de Desenvolvimento de Negócios de Hidrogénio da Galp

No setor da marinha e da aviação, há a possibilidade de sintetizar moléculas, combustíveis sintéticos, em tudo semelhantes aos combustíveis fósseis que hoje produzimos a partir de petróleo. "Esta síntese é feita utilizando hidrogénio e dióxido de carbono em rotas tecnológicas mais ou menos conhecidas, mas ainda em vias de desenvolvimento. O hidrogénio pode ter um papel muito importante pela combustão de um hidrocarboneto no qual está presente", explica Diogo Almeida.

Diogo Almeida, é engenheiro químico, trabalha há cerca de 20 anos na Galp e é responsável de desenvolvimento de negócio na área de hidrogénio e combustíveis renováveis, refere que a Galp estuda diferentes projetos e vias tecnológicas para a produção de combustíveis sintéticos.

"Não existe, atualmente, à escala global, uma fábrica de dimensão comercial que produza combustíveis sintéticos. Isto ilustra a magnitude do desafio e a necessidade de utilizarmos todas as ferramentas ao nosso dispor para descarbonizar, enquanto estas tecnologias ainda não estão realmente prontas para o mercado. Contudo, dentro de dez a 15 anos, estas soluções poderão atingir a maturidade necessária para se tornarem uma alternativa viável", concluiu Diogo Almeida.

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