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O futuro é a economia verde e a economia circular, com particular incidência nas cidades, que ocupam apenas 3% do território da Terra, mas consomem aproximadamente 80% da energia e representam cerca de 75% do desperdício e das emissões de carbono. Estima-se que em 2050, quase 85% dos europeus vivam em áreas urbanas.
Para Miguel Eiras Antunes, uma cidade sustentável tem de ser uma cidade inteligente. Deve ter modelos de governação colaborativos, põe o cidadão no centro das políticas, beneficia e tira proveito de dados e da tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Quais os grandes desafios que se colocam em termos de sustentabilidade, nomeadamente de bem-estar e cidades sustentáveis?
Portugal emitiu, em 2018, 67,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. Nas cidades, estarão mais de 50 milhões de toneladas e 65% da nossa população é urbana. Fica claro que é nas cidades que temos de atuar. Ainda que já haja municípios com planos sérios para a descarbonização, dos 308, são poucos os que têm planos estruturados para a mitigação e adaptação às alterações climáticas.
A boa notícia é que 90% das emissões podem ser cortadas até 2050 através do recurso a tecnologias e práticas já existentes.
A pandemia acelerou a transformação dos centros urbanos. Abriu caminho para a transição, liderada pelas cidades, para uma sociedade mais verde, digital e inclusiva.
Tornou evidente a urgência das alterações climáticas, com as cidades a terem de assumir um papel de relevo; mostrou a importância da inclusão na nossa vida em comunidade; e foi o acelerador para a adoção de mecanismos e soluções digitais para melhor governação e para um melhor serviço ao cidadão.
O que está a ser feito a nível nacional no âmbito desta categoria Bem-Estar e Cidades Sustentáveis?
Face aos objetivos e metas que têm sido definidos a nível global, em especial na União Europeia, suportados até por diversos mecanismos, torna-se claro que esta transição é iminente e prioritária.
Em Portugal, a Deloitte tem trabalhado com algumas comunidades nesse sentido, por exemplo, Lisboa (mobilidade e redução da pegada carbónica), Porto (economia circular e transição energética) e Cascais (desenvolvimento tecnológico para uma gestão eficiente dos serviços).
São bons exemplos de transformação integrada, envolvendo o ecossistema da cidade e tendo a sustentabilidade como principal foco.
Um pouco por todo o país, verificam-se também iniciativas focadas no envolvimento dos cidadãos, como os orçamentos participativos, projetos de economia circular e até programas para melhoria da recolha de resíduos e reciclagem.
Algumas câmaras têm dinamizado grupos de trabalho e identificado zonas de intervenção climática e de reabilitação urbana, fazendo depois alguns pilotos e experiências que seguramente poderão servir de base para outras comunidades e até para toda a cidade. No entanto, muitas destas iniciativas não obedecem ainda a uma estratégia concertada.
Essas comunidades começaram pela visão e a trabalhar nas agendas locais para 2030, alinhadas com uma estratégia nacional (integrada, comum e partilhada, com objetivos e KPI transparentes e mensuráveis). Depois, apostaram na cooperação, no valor de trazer todos os parceiros à mesa de discussão, e na experimentação.
Os três programas comunitários para esta década – o PRR, o PT2030 e o INvestEU 21-27 – estão marcados pelas agendas digitais e de sustentabilidade. Qual pode ser o impacto destes instrumentos na economia, nas empresas, na sociedade, no bem-estar e cidades sustentáveis?
Estes programas são uma oportunidade no caminho da recuperação económica, do incremento da nossa qualidade de vida e da sustentabilidade dos nossos ecossistemas urbanos, traçando um caminho claro.
As cidades que afetem rapidamente equipas com dedicação exclusiva a estes dossiês terão uma vantagem competitiva relevante do ponto de vista social, económico e ambiental.
SUSTENTABILIDADE SOCIAL
Categoria Bem-estar e cidades sustentáveis
Serão aceites nesta categoria as iniciativas, serviços ou produtos que promovam cidades sustentáveis e o bem-estar da comunidade. Para tal, deverão contemplar metodologias com impacto positivo nos ecossistemas urbanos através da integração e interação sustentável com o cidadão, através da melhoria das infraestruturas e transportes públicos existentes, aumento das ligações entre áreas urbanas, desenvolvimento de edifícios sustentáveis, otimização de património histórico e cultural, desenvolvimento de turismo sustentável, promoção de cidades despoluídas, habitação acessível, espaços verdes e de lazer, serviços públicos, modos de vida sustentáveis, equilíbrios geracionais, combate ao isolamento social e promoção de organizações de moradores, formas de acolhimento e implementação de propostas da população, comunicação e interação com o cidadão, transição energética, iniciativas multimunicipais, entre outras metodologias com o mesmo impacto. Estas iniciativas, serviços e produtos deverão demonstrar uma preocupação de alinhamento com referenciais e boas práticas internacionais.
2020
• Vencedores – "Guimarães 2030: Ecossistema de Governança", da Câmara Municipal de Guimarães.
• Menção Honrosa – "Áreas Mais", da Câmara Municipal de Braga, e "Projeto Radar", da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Para Miguel Eiras Antunes, uma cidade sustentável tem de ser uma cidade inteligente. Deve ter modelos de governação colaborativos, põe o cidadão no centro das políticas, beneficia e tira proveito de dados e da tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Quais os grandes desafios que se colocam em termos de sustentabilidade, nomeadamente de bem-estar e cidades sustentáveis?
Portugal emitiu, em 2018, 67,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. Nas cidades, estarão mais de 50 milhões de toneladas e 65% da nossa população é urbana. Fica claro que é nas cidades que temos de atuar. Ainda que já haja municípios com planos sérios para a descarbonização, dos 308, são poucos os que têm planos estruturados para a mitigação e adaptação às alterações climáticas.
A boa notícia é que 90% das emissões podem ser cortadas até 2050 através do recurso a tecnologias e práticas já existentes.
A pandemia acelerou a transformação dos centros urbanos. Abriu caminho para a transição, liderada pelas cidades, para uma sociedade mais verde, digital e inclusiva.
Tornou evidente a urgência das alterações climáticas, com as cidades a terem de assumir um papel de relevo; mostrou a importância da inclusão na nossa vida em comunidade; e foi o acelerador para a adoção de mecanismos e soluções digitais para melhor governação e para um melhor serviço ao cidadão.
O que está a ser feito a nível nacional no âmbito desta categoria Bem-Estar e Cidades Sustentáveis?
Face aos objetivos e metas que têm sido definidos a nível global, em especial na União Europeia, suportados até por diversos mecanismos, torna-se claro que esta transição é iminente e prioritária.
Em Portugal, a Deloitte tem trabalhado com algumas comunidades nesse sentido, por exemplo, Lisboa (mobilidade e redução da pegada carbónica), Porto (economia circular e transição energética) e Cascais (desenvolvimento tecnológico para uma gestão eficiente dos serviços).
São bons exemplos de transformação integrada, envolvendo o ecossistema da cidade e tendo a sustentabilidade como principal foco.
Um pouco por todo o país, verificam-se também iniciativas focadas no envolvimento dos cidadãos, como os orçamentos participativos, projetos de economia circular e até programas para melhoria da recolha de resíduos e reciclagem.
Algumas câmaras têm dinamizado grupos de trabalho e identificado zonas de intervenção climática e de reabilitação urbana, fazendo depois alguns pilotos e experiências que seguramente poderão servir de base para outras comunidades e até para toda a cidade. No entanto, muitas destas iniciativas não obedecem ainda a uma estratégia concertada.
Essas comunidades começaram pela visão e a trabalhar nas agendas locais para 2030, alinhadas com uma estratégia nacional (integrada, comum e partilhada, com objetivos e KPI transparentes e mensuráveis). Depois, apostaram na cooperação, no valor de trazer todos os parceiros à mesa de discussão, e na experimentação.
Os três programas comunitários para esta década – o PRR, o PT2030 e o INvestEU 21-27 – estão marcados pelas agendas digitais e de sustentabilidade. Qual pode ser o impacto destes instrumentos na economia, nas empresas, na sociedade, no bem-estar e cidades sustentáveis?
Estes programas são uma oportunidade no caminho da recuperação económica, do incremento da nossa qualidade de vida e da sustentabilidade dos nossos ecossistemas urbanos, traçando um caminho claro.
As cidades que afetem rapidamente equipas com dedicação exclusiva a estes dossiês terão uma vantagem competitiva relevante do ponto de vista social, económico e ambiental.
Quem é? Miguel Eiras Antunes é presidente do júri Bem-Estar e Cidades Sustentáveis. Licenciado em Economia pela Católica de Lisboa é partner e o líder mundial de Smart City, Smart Nation and Local Government da Deloitte.
SUSTENTABILIDADE SOCIAL
Categoria Bem-estar e cidades sustentáveis
Serão aceites nesta categoria as iniciativas, serviços ou produtos que promovam cidades sustentáveis e o bem-estar da comunidade. Para tal, deverão contemplar metodologias com impacto positivo nos ecossistemas urbanos através da integração e interação sustentável com o cidadão, através da melhoria das infraestruturas e transportes públicos existentes, aumento das ligações entre áreas urbanas, desenvolvimento de edifícios sustentáveis, otimização de património histórico e cultural, desenvolvimento de turismo sustentável, promoção de cidades despoluídas, habitação acessível, espaços verdes e de lazer, serviços públicos, modos de vida sustentáveis, equilíbrios geracionais, combate ao isolamento social e promoção de organizações de moradores, formas de acolhimento e implementação de propostas da população, comunicação e interação com o cidadão, transição energética, iniciativas multimunicipais, entre outras metodologias com o mesmo impacto. Estas iniciativas, serviços e produtos deverão demonstrar uma preocupação de alinhamento com referenciais e boas práticas internacionais.
2020
• Vencedores – "Guimarães 2030: Ecossistema de Governança", da Câmara Municipal de Guimarães.
• Menção Honrosa – "Áreas Mais", da Câmara Municipal de Braga, e "Projeto Radar", da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.