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Em 2016 Cascais assumiu-se como autoridade municipal de transportes, e hoje tem "um dos programas de mobilidade mais paradigmáticos do país, a Mobi Cascais", disse Carlos Carreiras. O Mobi Cascais reúne toda a oferta de transportes (bicicleta, comboio, metro, parque de estacionamento e táxis) num único interface. A partir de um telefone ou de um ponto de internet, os utilizadores têm o controlo da rota e da bilhética móvel.
Presidente da Câmara Municipal de Cascais
"A visão do Mobi é de que, se a mobilidade é um direito, tem de ser tendencialmente gratuita e para todos", referiu Carlos Carreiras. No início do ano lectivo a gratuitidade estende-se até aos 14 anos. Os maiores de 65 anos pagam 14,5 euros.
Em breve, Cascais lançará um concurso público de transportes públicos rodoviários, que será a moldura formal dentro do qual os operadores vão poder apresentar as suas propostas e modelos de transporte concelhio.
Cascais inteligente
"A visão de Cascais é para nós muito clara", referiu Carlos Carreiras. Adiantou que "a cidade só é inteligente se for feita para e com as pessoas. E este é um conceito que é fundamental e transversal nas várias políticas públicas municipais".
As cidades inteligentes parecem ser algo recente, mas já têm história. No início a tecnologia era o princípio e o fim de todas as coisas. Depois, a tecnologia reforça a prestação de serviço de um governo. Actualmente, a tecnologia reforça o poder e as dinâmicas de co-criação e participação dos cidadãos.
Carlos Carreiras assinalou que a City Points Cascais foi recentemente distinguida pelas Nações Unidas como o melhor projecto de inovação aplicado à governação.
Têm sete aplicações móveis que facilitam a vida aos cidadãos. "Mais de 80% dos processos de urbanismo na Câmara de Cascais já são desmaterializados e temos o maior orçamento participado do país, e um dos maiores do mundo, em percentagem de participação e de dotação orçamental. A ideia é reforça-lo todos os anos", concluiu Carlos Carreiras.
Turku, modelo europeu
A União Europeia vai construindo as palavras e os conceitos. Há 20 anos falava-se em mobilidade sustentável, hoje uma das novas expressões da moda é MAAS (Mobility as a Service). "É um tema quente e, desde há 2 ou 3 anos, que em todas as conferências, há sessões MAAS, onde o caso de Turku tem sido muito debatido", referiu Robert Stussi, vice-presidente da APVE, que fez o enquadramento da sessão dos case-studies de MAAS (Mobility as a Service), com os casos da cidade de Turku na Finlândia, apresentado por Stella Asltonen, e da Mobi Cascais por Rui Rei, presidente da Cascais Próxima.
A cidade de Turku é uma cidade modelo internacional de soluções sustentáveis. Participa no programa europeu Civitas Eccentric, que, financiado pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia, em quase 18 milhões de euros, é um projeto de quatro anos que desenvolve a mobilidade inteligente. O projeto visa desenvolver o transporte eléctrico, o uso partilhado de carros e bicicletas e o modelo Mobilidade como Serviço (MaaS). A cidade tem serviços como o Foli, transportes subsidiados pelas empresas, e a Tuup, uma aplicação inteligente para planear, comparar e pagar a mobilidade.