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À espera de modelo de pagamento

Na Europa cada operador tem a sua rede e depois existe uma espécie de roaming. Com o modelo actual, Portugal está isolado na Europa. Devia abrir-se espaço para os operadores, porque existe tecnologia, e, depois, cada um implementa o seu modelo de negócio.

Filipe S. Fernandes 30 de Julho de 2018 às 16:11
João Gomes, managing director da Mobilectric, e João Nuno Serra, fundador da Enforce, defendem modalidades sofisticadas de pagamento dos carregamentos eléctricos. Inês Gomes Lourenço
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"Quando a Mobi-e foi criada teve o seu ímpeto, mas depois foi deixada ao deus dará, agora é preciso revisitar a arquitectura para a mobilidade eléctrica e reflectir sobre se este é o modelo que melhor serve", referiu João Nuno Serra, Ceo e fundador da Enforce. Em termos simples, a Mobi-e procurou replicar, para a mobilidade eléctrica, o modelo do multibanco, que é gerido por uma entidade, a SIBS. "Agora o modelo tem de ser revisitado. Olhar para a realidade europeia, existe a Tesla com a sua rede de 50 pontos de carga super-rápida, há uma densidade de carregamento superior".

José Henriques, presidente da Magnum Cap, esclareceu que na Europa, os modelos são decalcados das telecomunicações. "Cada um tem a sua rede e depois existe uma espécie de roaming. Com o modelo actual, Portugal está isolado na Europa. Devia abrir-se espaço para os operadores porque existe tecnologia e depois, cada um, implementa o modelo de negócio que quiser".

Não temos uma refinaria, somos uma empresa de energia, e até estamos a renovar uma rede, iniciada em 2011, que ainda não foi amortizada. Carlos ferraz
Gestor de desenvolvimento de negócio da Prio

Qualquer seja a forma do modelo futuro, Carlos Ferraz, gestor de desenvolvimento de negócio da Prio, diz que "não temos uma refinaria, somos uma empresa de energia e até estamos a renovar a rede, iniciada em 2011, que ainda não foi amortizada". Actualmente a energia dos carregamentos eléctricos nos postos normais é feita pela Mobi.e e nos postos rápidos por cada operador. Mas o Governo anunciou que se vai poder começar a cobrar os carregamentos que são gratuitos.

Se as vendas de carros eléctricos crescerem, o mais provável é que se caminhe para um equilíbrio entre o modelo de carregamento rápido (cerca de 20 minutos) nos espaços públicos, e o carregamento lento durante a noite, em casa, nas garagens ou condomínios.

Moedas ou cartões

Falou-se das soluções de pagamento dos carregamentos eléctricos. Um dos modos que foi afastado foi dos moedeiros. "Fazer uma rede de topo de gama e depois exigir moedeiros não faz sentido", afirmou João Gomes, Managing Director da Mobilectric, do grupo retalhista automóvel C. Santos.

O pagamento tem de ser desmaterializado e digital. Em alguns países é obrigatória a opção do cartão de crédito. José henriques
Presidente da Magnum Cap 

Para Carlos Ferraz deve haver mais que uma solução de pagamento em que se inclui o ad-hoc mas sem moedeiros. Nuno Serra referiu que se pode disponibilizar o pagamento através de um registo com um sms token, que permite abrir o carregamento, e depois envia-se uma referência multibanco para pagamento. É um serviço pós-pago feito pelo telemóvel. Quem não pagar entra na lista negra que impede o carregamento seguinte.

José Henriques, presidente da Magnum Cap, considera que é uma operação tão smart que o pagamento ter de ser desmaterializado e digital, aduzindo que, em alguns países, é obrigatório o pagamento por cartão de crédito.

Participantes

Na sessão "Postos de Carregamento" estiveram Carlos Ferraz, gestor de desenvolvimento de negócio da Prio, João Nuno Serra, fundador da Enforce;  João Gomes, managing-director da Mobilectric, José Henriques, presidente da Magnum Cap, tendo sido moderada por Carlos Jesus, CEO da ZEEV.

Patente portuguesa

A Enforce registou a patente da sua Estação Solar de Carregamento Rápido de Veículos Eléctricos nos Estados Unidos da América. Foi desenvolvida pela empresa, em colaboração, mediante contrato de assistência técnica, com o departamento de Engenharia Eletromecânica da Universidade da Beira Interior. Desde 2012 que tem pendente a patente europeia. A Estação Solar de Carregamento InCh funciona na rede de carregamento de veículos eléctricos, nomeadamente no que diz respeito ao carregamento denominado rápido (20 a 30 minutos).

Recompensas para os cidadãos

A City Points é uma aplicação da Câmara Municipal de Cascais, em que as pessoas têm pontos por participar na vida do município. Foi premiada pelas Nações Unidas como uma aplicação muito interessante ao serviço dos cidadãos. Como explicou Rui Rei o orçamento participativo de Cascais é o maior de Portugal. "Votam e participam mais pessoas no orçamento participativo de Cascais do que os votos nas eleições", salientou o presidente da Cascais Próxima. Com esta aplicação recompensam-se acções nas áreas do meio ambiente, cidadania, responsabilidade social e mobilidade sustentável. As recompensas podem ser a entrada gratuita em museus, plantas, livros, visitas guiadas, experiências, oficinas, ingressos para eventos, serviços de cuidados animais, etc.

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