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"O setor bancário tem sofrido uma enorme pressão nos últimos anos, resultante fundamentalmente do aumento dos requisitos de capital para as atividades de crédito e da pressão dos supervisores no sentido de os bancos reduzirem os riscos de crédito e liquidez. Temos assistido a uma mudança profunda do modelo de negócio dos bancos, transformando-os em bancos de serviços, e muitas vezes em meras plataformas de distribuição de produtos de terceiros. Tal modelo resulta necessariamente numa diminuição da inovação do lado dos bancos", considera Paulo Costa Martins, sócio da área de Bancário & Financeiro e Mercado de Capitais, que explica assim a perda da capacidade de inovação da banca portuguesa, que já foi uma das suas marcas de água.
"O menor dinamismo na inovação não pode ser dissociado do contexto do setor que, nos últimos anos, tem sido sucessivamente caracterizado pela baixa rentabilidade, reduzida atratividade, quer do ponto de vista de investidores, quer do ponto de vista de talento, e pela dificuldade de assegurar os níveis de capitalização adequados que permitam o investimento contínuo que a renovação obriga", afirma Miguel Morais, sócio líder de Risk Advisory da Deloitte.
Nuno Sousa, head of Business Development Financial Services da Claranet, defende que "o negócio da banca tradicional é relativamente estável o que, na minha opinião, tem levado as instituições a tentar manter um equilíbrio entre a oferta mais convencional e uma dinâmica de inovação". O gestor da Claranet acentua o papel das fintechs nesta dinâmica. "Os últimos anos mostram-nos que as grandes instituições bancárias têm apostado na aquisição de fintechs de forma a lançar produtos diferentes, por um lado, apostando também na criação de equipas separadas para criar a sua própria inovação - sejam equipas mais ligadas ao negócio ou à tecnologia propriamente dita."
Fintechs e empresas inovadoras
Existem vários exemplos no mercado das instituições financeiras portuguesas em que os bancos tradicionais que "criam empresas ou soluções mais inovadoras, com o objetivo de atingir um target específico de negócio, que tem um comportamento diferente. De resto, a expectativa é que nos próximos 5 a 10 anos a força ao nível dos clientes esteja nos millennials que têm necessidades diferentes, para as quais a banca terá necessariamente de se adaptar", refere Nuno Sousa.
Para Miguel Morais, a transformação digital é um meio para regressar a níveis de rentabilidade sustentáveis e atrativos e uma forma de introduzir inovações na indústria financeira em geral, e na bancária em particular.
"As fintechs, ou o estabelecimento de parcerias entre estas e as instituições bancárias, poderão permitir ganhos de produtividade relevantes através da providência de serviços financeiros a custos mais baixos, pelo alargamento da oferta disponível para consumidores e investidores como por exemplo os pagamentos instantâneos, P2P/B2B lending, cryptoassets; o aumento da customização de produtos e serviços, que poderá permitir alargar a base de clientes ou obter maior rentabilidade dos clientes existentes, com melhor determinação do preço ajustado ao risco; a melhoria da capacidade de resposta eficiente a novos requisitos regulamentares, tornando mais fácil o tratamento de informação, obtendo níveis superiores de automatização de reporte ou de monitorização e reporte de transações", refere Miguel Morais.
As tecnologias para a inovação bancária
"A tecnologia é absolutamente crucial no domínio da inovação bancária", diz Miguel Morais, que revela as tecnologias podem vir a ter maior impacto.
RPA (robotic process automation) permite a automatização de muitas atividades de natureza repetitiva e simples, sendo obtidas vantagens no custo de processamento e redução do número de erros.
Chatbots/Assistentes virtuais e inteligência artificial a face mais visível da utilização de inteligência artificial é a interação com assistentes virtuais mas as possíveis utilizações são muito abrangentes desde a determinação/seleção de ofertas ajustadas às necessidades dos clientes ou a modelos de decisão de risco.
Blockchain a utilização desta tecnologia poderá alterar de forma significativa uma grande parte dos processos de liquidação ou compensação financeira, casos de trade finance ou ativos financeiros.
Open banking e API (Application Programming Interface) aliada a arquiteturas cloud permitem a partilha de informação real time e o acesso das instituições bancárias e dos próprios clientes a um volume muito superior de informação, da qual se poderá extrair valor através de advanced anlytics à semelhança do que fazem as Big Tech ou oferecer serviços complementares, como por exemplo, a gestão de tesouraria e a orçamentação.
"O menor dinamismo na inovação não pode ser dissociado do contexto do setor que, nos últimos anos, tem sido sucessivamente caracterizado pela baixa rentabilidade, reduzida atratividade, quer do ponto de vista de investidores, quer do ponto de vista de talento, e pela dificuldade de assegurar os níveis de capitalização adequados que permitam o investimento contínuo que a renovação obriga", afirma Miguel Morais, sócio líder de Risk Advisory da Deloitte.
Nuno Sousa, head of Business Development Financial Services da Claranet, defende que "o negócio da banca tradicional é relativamente estável o que, na minha opinião, tem levado as instituições a tentar manter um equilíbrio entre a oferta mais convencional e uma dinâmica de inovação". O gestor da Claranet acentua o papel das fintechs nesta dinâmica. "Os últimos anos mostram-nos que as grandes instituições bancárias têm apostado na aquisição de fintechs de forma a lançar produtos diferentes, por um lado, apostando também na criação de equipas separadas para criar a sua própria inovação - sejam equipas mais ligadas ao negócio ou à tecnologia propriamente dita."
Fintechs e empresas inovadoras
Existem vários exemplos no mercado das instituições financeiras portuguesas em que os bancos tradicionais que "criam empresas ou soluções mais inovadoras, com o objetivo de atingir um target específico de negócio, que tem um comportamento diferente. De resto, a expectativa é que nos próximos 5 a 10 anos a força ao nível dos clientes esteja nos millennials que têm necessidades diferentes, para as quais a banca terá necessariamente de se adaptar", refere Nuno Sousa.
Para Miguel Morais, a transformação digital é um meio para regressar a níveis de rentabilidade sustentáveis e atrativos e uma forma de introduzir inovações na indústria financeira em geral, e na bancária em particular.
A inovação resultará da utilização da tecnologia para implementar novas formas de responder às necessidades dos clientes. Miguel Morais, Risk advisory leader da Deloitte
"A inovação resultará da utilização da tecnologia para implementar novas formas de responder às necessidades dos clientes, sobretudo de uma nova geração de clientes, melhorando a sua experiência e satisfação, ao mesmo tempo que esses novos meios substituindo os anteriores perspetivam a redução do cost-to-serve, em consequência da redução dos custos de estrutura", conclui Miguel Morais."As fintechs, ou o estabelecimento de parcerias entre estas e as instituições bancárias, poderão permitir ganhos de produtividade relevantes através da providência de serviços financeiros a custos mais baixos, pelo alargamento da oferta disponível para consumidores e investidores como por exemplo os pagamentos instantâneos, P2P/B2B lending, cryptoassets; o aumento da customização de produtos e serviços, que poderá permitir alargar a base de clientes ou obter maior rentabilidade dos clientes existentes, com melhor determinação do preço ajustado ao risco; a melhoria da capacidade de resposta eficiente a novos requisitos regulamentares, tornando mais fácil o tratamento de informação, obtendo níveis superiores de automatização de reporte ou de monitorização e reporte de transações", refere Miguel Morais.
As tecnologias para a inovação bancária
"A tecnologia é absolutamente crucial no domínio da inovação bancária", diz Miguel Morais, que revela as tecnologias podem vir a ter maior impacto.
RPA (robotic process automation) permite a automatização de muitas atividades de natureza repetitiva e simples, sendo obtidas vantagens no custo de processamento e redução do número de erros.
Chatbots/Assistentes virtuais e inteligência artificial a face mais visível da utilização de inteligência artificial é a interação com assistentes virtuais mas as possíveis utilizações são muito abrangentes desde a determinação/seleção de ofertas ajustadas às necessidades dos clientes ou a modelos de decisão de risco.
Blockchain a utilização desta tecnologia poderá alterar de forma significativa uma grande parte dos processos de liquidação ou compensação financeira, casos de trade finance ou ativos financeiros.
Open banking e API (Application Programming Interface) aliada a arquiteturas cloud permitem a partilha de informação real time e o acesso das instituições bancárias e dos próprios clientes a um volume muito superior de informação, da qual se poderá extrair valor através de advanced anlytics à semelhança do que fazem as Big Tech ou oferecer serviços complementares, como por exemplo, a gestão de tesouraria e a orçamentação.