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Processo de transformação digital em curso

Se a utilização de tecnologia pelas empresas ainda está abaixo da média em Portugal, sobretudo nas PME, de Leiria a Aveiro existe a sensação de que se está a fazer esse caminho de forma rápida.

27 de Julho de 2023 às 17:53
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O número de empresas que implementam um conjunto básico de tecnologias de suporte ao negócio é bastante reduzido em Portugal, concluiu um estudo deste ano para a Estrutura de Missão Portugal Digital. O que configura muitas oportunidades de negócio perdidas se tivermos em conta que, ainda segundo o mesmo documento, as taxas de rentabilidade das empresas que utilizam as tecnologias analisadas (cloud, big data, inteligência artificial, ERP e CRM) são claramente superiores à taxa de rentabilidade média.


Ainda de acordo com a Avaliação do Potencial Económico da Transição Digital em Portugal, desenvolvida pela Deloitte, em colaboração com a Universidade de Coimbra, “existe uma grande heterogeneidade do tecido empresarial na utilização das tecnologias digitais, com uma aplicação muito maior destas por parte das grandes empresas, por volta do dobro da utilização observada pelas PME”. No caso da inteligência artificial, são 17% as PME que empregam esta tecnologia, face a 31% das grandes empresas. Da mesma forma, 91,2% das grandes empresas utilizam um ERP para partilhar informação entre diferentes áreas funcionais, enquanto apenas 50,8% das PME fazem uso desta tecnologia. No caso do CRM, este é utilizado por 53,9% das grandes empresas e 24,4% das PME.


No entanto, na perspetiva de Luís Guerreiro, presidente do IAPMEI, “as PME estão a fazer o seu caminho em relação à transição digital”. “Aliás, o aumento das exportações reflete um aumento da competitividade das nossas empresas e esse aumento de competitividade muito se deve ao aumento do grau de digitalização, tanto dos processos como da produção”, conta. Segundo este responsável, “é de notar que o ranking DESI, Digital Economy and Society Index, que mede a densidade da digitalização nas empresas e na sociedade, em 28 países europeus, colocava Portugal no 19º lugar em 2020, e em 2022 já nos encontrávamos em 15º”. “Portanto, estamos a aumentar o nosso nível de digitalização, mas não podemos parar, a digitalização não é um fim em si, mas sim uma jornada que leva ao aumento da competitividade das empresas”, refere.



Transformação é desígnio

Para Tiago Leandro, CEO da EGITRON, um dos vencedores do Prémio Nacional de Inovação deste ano, por aquilo que lhe é possível observar diariamente, “o tecido empresarial português já não coloca a transformação digital como algo que era bom ter, mas sim como algo que é necessário ter para que a competitividade aumente, para que a eficiência do seu produto e processo aumente e, no limite, para que a sua própria sobrevivência seja possível”. “Há certamente caminho a fazer e, na nossa opinião, o quadro PT2030 irá ser bastante importante para acelerar esta revolução silenciosa”, sublinha.


Também Carlos Rabadão, presidente do Instituto Politécnico de Leiria, vê na “sua” região provas de uma modernização acelerada do tecido empresarial: “A indústria das regiões de Leiria e do Oeste é reconhecida como sendo das mais dinâmicas e tecnologicamente avançadas do país. Em 2022, o distrito de Leiria estava no top cinco dos distritos com mais PME Excelência, ao lado de Lisboa, Porto, Braga e Aveiro, o que demonstra a capacidade empreendedora da região e o bom desempenho das empresas”. Para este responsável, “setores como o dos moldes, plásticos, cerâmica e o setor dos vidros têm vindo a ser distintivos no que concerne à modernização e inovação”. É igualmente de destacar “a indústria de extração e transformação da pedra para a construção civil, setor que tem vindo a ser igualmente um bom exemplo da aplicação de tecnologias de digitalização e conceitos da Indústria 4.0 na melhoria dos processos produtivos e integração da cadeia de valor”.



PME aproveitam incentivos

Por sua vez, a partir de Aveiro, João Veloso, vice-reitor da Universidade de Aveiro, testemunha que “o processo de transformação digital está a acontecer com o apoio de diversos instrumentos, tais como o financiamento através do PRR, a experimentação e capacitação setorial proporcionadas pelos Digital Innovation Hubs (DIH) e possibilidade de desenvolvimento de pilotos no âmbito do programa das Test Beds, entre muitos outros instrumentos agora disponibilizados”. Para si, tem-se verificado “um bom aproveitamento destes instrumentos por parte das PME, embora fique a sensação de que esta transformação está a ser feita a duas velocidades, em que algumas empresas estão com os processos já com alguma maturidade, mas muitas outras ainda a iniciar o caminho”.


Para o presidente do IAPMEI, o aumento do volume de negócios, da quota de mercado ou da exportação “depende da competitividade das empresas num mercado que deixou há muito de ser local ou regional”. Essa vantagem competitiva ganha-se “através da adoção de tecnologias de ponta e da capacitação de toda a empresa para incorporar no seu ADN a inovação e a adaptabilidade à exigência dos mercados”. “Nesta questão, a mão de obra qualificada e especializada é ponto-chave para o sucesso da digitalização e as empresas devem apostar seriamente na capacitação e retenção dos seus colaboradores mais qualificados”, conclui.




“O tecido empresarial português já não coloca a transformação digital como algo que era bom ter, mas sim como algo que é necessário ter.”


Tiago Leandro, CEO da EGITRON







“O processo de transformação digital está a acontecer com o apoio de diversos instrumentos.”


João Veloso, vice-reitor da Universidade de Aveiro


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