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PME vivem novos desafios para crescer

Sustentabilidade, qualificações e tecnologia são fatores que se estão a impor na agenda das Pequenas e Médias Empresas. Organizações vivem aumento de exigência para serem competitivas e produtivas.

27 de Julho de 2023 às 17:55
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O tecido empresarial português, tal como acontece com a maioria dos nossos parceiros comerciais, é maioritariamente composto por PME. E estas constituem, portanto, um importante elemento dinamizador do crescimento socioeconómico. Pelas suas características específicas e, em muitos casos, pela matriz familiar que apresentam, são resilientes, revelam mais agilidade numa utilização mais produtiva e eficiente dos recursos, na inovação tecnológica, no reforço da concorrência, na criação de emprego e na coesão territorial.

Para Luís Guerreiro, presidente do IAPMEI, "as PME são características de um tecido empresarial diversificado, robusto e competitivo nos mercados locais, regionais ou globais, e contribuem de forma muito significativa para a geração de riqueza, para a criação de emprego e para a atração e fixação das populações nos territórios". Porém, este segmento do tecido empresarial português enfrenta importantes desafios no médio e curto prazo. Segundo Luís Guerreiro são de sublinhar "os desafios associados à transformação e transição digital e à sustentabilidade, em que as PME têm de aprender a usar estas três alavancas da mudança para competir, crescer e estar próximo dos seus segmentos de mercado relevantes". E, se é verdade que cada setor, cada atividade, enfrenta desafios de natureza específica, para o responsável "os traços comuns são bastante relevantes e significativos". "Estes resultam da necessidade de aumentar a capacidade de adaptação e de diferenciação no mercado, investir na capacidade de perceber as necessidades dos clientes e, sobretudo, de as antecipar. Por último, deverão saber preparar-se para competir num contexto globalizado, ganhando o seu espaço", sublinha.

Considerar a mudança

Neste contexto desafiante, e na perspetiva de Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting, consultora especializada em projetos de investimento, "as PME devem considerar a mudança acentuada das tendências e dos comportamentos ao nível do consumo (seja num contexto B2C ou B2B), os elevados custos de produção, a revolução nas cadeias de abastecimento a nível mundial (onde a disponibilidade de matérias e equipamentos e a logística têm tido um impacto determinante), a falta de previsibilidade e incerteza, um custo do financiamento e da dívida mais elevados e a necessidade de atrair, capacitar e reter talentos". Estes são, para o CEO, "alguns dos focos de incerteza e de preocupação para as empresas e que não podem ser ignorados na hora de planear e implementar os investimentos em 2023".

Na perspetiva de uma PME inovadora como a EGITRON, dedicada a soluções tecnológicas de controlo de qualidade, consideram que "o principal desafio para uma PME é a obtenção sustentada de escala, que só se consegue obter cumprindo vários eixos", refere o seu CEO Tiago Leandro. "É necessário reter talento nas PME, em que o principal entrave tem sido a pressão salarial. A incorporação de (novas) práticas de gestão, como sejam modelos de governo das sociedades, análises regulares de indicadores de performance do negócio, sejam eles operacionais ou financeiros e a manutenção de certificações como a ISO9001 e outras certificações relevantes, como a norma NP 4457 (Investigação, Desenvolvimento e Inovação, Selo de Maturidade Digital e outras são muito relevantes. Finalmente, o desenvolvimento de estratégias comerciais apoiadas em sistemas de software dedicados, em parceria com novas estratégias de marketing e comunicação", enumera o responsável.

Gerir complexidade é desafio

Para Tiago Leandro, as PME têm os "desafios diagnosticados, contudo o acesso ao conhecimento ou a programas de apoio a estes eixos, muitas vezes não são conhecidos pelas PME, são complexos para serem geridos internamente nas organizações ou têm um custo que não é possível suportar".  "Também não é de menosprezar o custo do financiamento que, em muitas situações, é a alavanca do crescimento. O desafio está em encontrar o equilíbrio entre estes eixos", conclui.

Todavia, para Bernardo Maciel, "as PME têm uma capacidade de adaptação à mudança maior e mais rápida que as restantes empresas". "Se forem capazes de olhar de forma desinibida para diferentes formas de atuação, pode estar aí o segredo do sucesso: reforçar presença nos mercados externos, alianças estratégicas, equacionar fusões e aquisições, disponibilidade para outros instrumentos para financiar o investimento como Venture Capital, por exemplo, etc. Estas alternativas estratégicas podem fazer das fraquezas, forças determinantes", diz o responsável da Yunit.

Na análise de João Veloso, vice-reitor da Universidade de Aveiro, com uma enorme tradição de ligação ao tecido empresarial, hoje, de uma forma geral, as PME têm "a consciência da necessidade de incorporar o conhecimento naquilo que é a sua gestão, o desenvolvimento de produtos e de processos inovadores e disruptivos, bem como na sua transformação digital". Embora, salvaguarda o professor, o número de PME de elevada maturidade tecnológica e centradas em alta tecnologia ainda esteja "muito aquém do desejável", existe um esforço efetivo destas organizações para "alterar a situação, e o segmento está a percorrer esse caminho com firmeza".

Para João Veloso, "será através desta mudança, com a utilização de quadros qualificados e altamente qualificados e de alta tecnologia, que as empresas poderão resolver o paradoxo – um elevado número de horas de trabalho nas empresas portuguesas não resulta em ganhos de produtividade – preparando-se para uma maior competitividade em termos internacionais com uma criação de valor mais eficiente. Será esta capacidade que lhes permitirá valorizar o trabalho e assim captar e reter talentos, tão essenciais para o sucesso", conclui.




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