A floresta não é uma atividade que atraia os jovens e temos de inverter essa situação, temos de encontrar forma, muito através da inovação, de fazer com que a floresta seja atrativa para quem escolhe o seu curso ou para quem está a chegar ao mercado de trabalho". A declaração foi proferida pelo secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, no segundo ‘Live Lab’, realizado no Porto, no âmbito da segunda edição do Prémio Floresta e Sustentabilidade.
A questão surgiu após a intervenção de Emília Silva, engenheira florestal e professora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que alertou para a dificuldade que os jovens têm em perceber o que é a Engenharia Florestal.
"Todos sabemos que, por exemplo, o cumprimento das metas ambientais dependem, no essencial, da floresta e que precisamos com urgência de melhorar as nossas espécies florestais. E para isso, precisamos de engenheiros florestais", disse a investigadora.
"A UTAD tem doze vagas e não enche e as outras vinte que existem noutras escolas, também ficam aquém, ou seja, formam-se em Portugal menos de dez engenheiros florestais por ano. Temos de refletir", afirmou o catedrático.
"Só com sensibilização constante se consegue consciência ambiental"
Paulo Cardoso é estudante em Viseu e é também jovem repórter para o ambiente. Enquanto aluno do 12º ano, é ativo no clube do ambiente e foi um dos participantes no ‘Live Lab’ do Porto, onde realçou a importância da atividade ambiental, sobretudo a extracurricular, que existe nas escolas. "Os clubes do ambiente ou da floresta são fundamentais para sensibilizar os jovens para estas questões da natureza. Só com sensibilização constante se consegue alcançar a consciência ambiental", afirmou Paulo Cardoso, lembrando que os clubes "têm atividade no interior das escolas, mas também junto da comunidade, já que os alunos participam em ações de limpeza e reflorestação ou em campanhas de informação".