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Engenharia Florestal quer atrair jovens à licenciatura

Formação: Drama dos incêndios em 2017 veio alertar para a importância da Engenharia Florestal e como a formação pode ajudar a evitar tragédias. Campanha: Universidades tentam atrair alunos a uma área cada vez mais relevante para o País

07 de Agosto de 2018 às 14:10

A floresta não é uma atividade que atraia os jovens e temos de inverter essa situação, temos de encontrar forma, muito através da inovação, de fazer com que a floresta seja atrativa para quem escolhe o seu curso ou para quem está a chegar ao mercado de trabalho". A declaração foi proferida pelo secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, no segundo ‘Live Lab’, realizado no Porto, no âmbito da segunda edição do Prémio Floresta e Sustentabilidade.

A questão surgiu após a intervenção de Emília Silva, engenheira florestal e professora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que alertou para a dificuldade que os jovens têm em perceber o que é a Engenharia Florestal.


Curso de engenharia florestal tenta cativar mais alunos

Melhoria das espécies florestais é grande desafio para o futuro


"Todos sabemos que, por exemplo, o cumprimento das metas ambientais dependem, no essencial, da floresta e que precisamos com urgência de melhorar as nossas espécies florestais. E para isso, precisamos de engenheiros florestais", disse a investigadora.

Luís Lopes, que é diretor do primeiro ciclo do curso de Engenharia Florestal da UTAD, falou de uma situação "altamente preocupante", perguntando mesmo se o curso vale a pena.

 

"A UTAD tem doze vagas e não enche e as outras vinte que existem noutras escolas, também ficam aquém, ou seja, formam-se em Portugal menos de dez engenheiros florestais por ano. Temos de refletir", afirmou o catedrático.

"Só com sensibilização constante se consegue consciência ambiental"

Paulo Cardoso é estudante em Viseu e é também jovem repórter para o ambiente. Enquanto aluno do 12º ano, é ativo no clube do ambiente e foi um dos participantes no ‘Live Lab’ do Porto, onde realçou a importância da atividade ambiental, sobretudo a extracurricular, que existe nas escolas. "Os clubes do ambiente ou da floresta são fundamentais para sensibilizar os jovens para estas questões da natureza. Só com sensibilização constante se consegue alcançar a consciência ambiental", afirmou Paulo Cardoso, lembrando que os clubes "têm atividade no interior das escolas, mas também junto da comunidade, já que os alunos participam em ações de limpeza e reflorestação ou em campanhas de informação".


Limpeza tem de ser bem realizada
Os especialistas alertam para a importância de realizar uma limpeza florestal com as devidas cautelas, já que rapar tudo pode por em causa várias espécies.
 
 Diversidade é grande riqueza da floresta
Para além da madeira, a floresta é local de produção de produtos como o pinhão, o mel silvestre, os cogumelos, as castanhas e, não esqueçamos, a resina.
 
• Área florestal  está cada vez menor
Em duas décadas, entre 1995 e 2015, Portugal perdeu seis por cento da sua área florestal. Com os incêndios do ano passado, a redução terá sido significativa.
 
 Incêndios nocivos para o ambiente
Pela primeira vez, em 2017, a floresta portuguesa foi emissora de carbono, devido à extraordinária dimensão dos incêndios de junho e, sobretudo, de outubro.


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