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Debate: “Indústria do papel promove floresta sustentável”

Alerta: Especialistas, professores e industriais reclamam maior atenção pública para a floresta nacional. Objetivo: Indústria papeleira e Governo “unidos” no propósito de tornar a floresta ordenada e mais rentável

07 de Agosto de 2018 às 14:39
Para debater o tema da floresta, naquela que foi a segunda iniciativa no âmbito desta segunda edição do Prémio Floresta e Sustentabilidade, promovido pela CELPA, pelo Correio da Manhã e ‘Jornal de Negócios’, juntaram-se, no Porto, empresários, governantes, professores e alunos.

Moderado pela jornalista da CMTV Andreia Vale, este ‘Live Lab’ contou com a presença de Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Carlos Amaral Vieira, diretor-geral da CELPA, Celso Costa, professor de Estratégia e Inovação na Universidade Católica, Jorge Teixeira, professor de Física e Química na escola Secundária Júlio Martins, em Chaves, José Palma Oliveira, psicólogo ambiental e professor na Universidade de Lisboa, e Paulo Cardoso, estudante e repórter para o ambiente, em Viseu.

A importância da sensibilização para a floresta e para o ambiente, a partir das mais tenras idades, foi um dos temas em destaque, com os intervenientes a considerarem, de forma unânime, a importância da escola, nos seus diversos graus de ensino, nesta matéria.


Conferências do prémio estão a realizar-se em vários pontos do país

Importância dos clubes das escolas em destaque neste debate

Desertificação é o maior problema para a floresta portuguesa


"A floresta tem um valor real, económico e financeiro, se quisermos, mas tem também um valor social e não sei se este segundo não é mais importante do que o primeiro", disse o secretário de Estado, Miguel Freitas, alertando para a necessidade de se entender a floresta "de forma abrangente".

Já Carlos Amaral Vieira, diretor-geral da CELPA, realçou a importância da indústria papeleira na gestão e até na proteção da floresta, referindo que "as áreas devidamente organizadas são mais rentáveis e menos vulneráveis".

Paulo Cardoso, estudante e repórter ambiental, falou da importância dos projetos desenvolvidos nas escolas, sublinhando que "essa é a melhor forma de as crianças e os jovens adquirirem sensibilidade ambiental".

"No projeto em que eu participo, para além das hortas e dos jardins na própria escola, saímos para as aldeias e para as florestas, fazemos limpezas e falamos com as pessoas, no sentido de lhes fazermos perceber a importância de valorizar e proteger a floresta", acrescentou.

Neste debate, os professores Celso Costa e Jorge Teixeira foram unânimes em considerar que, nesta questão, "o grande desafio é mesmo cativar os alunos para os projetos", já que nem sempre estão dispostos a integrarem atividades para além do programa curricular.

Já o psicólogo ambiental José Palma Oliveira optou por chamar a atenção para o problema da desertificação do interior, classificando-a como "a grande causa dos problemas atuais da nossa floresta".

"Setenta por cento da população vive nas cidades e as aldeias têm meia dúzia de idosos, que mal conseguem fazer agricultura. Ora, não havendo pessoas nas aldeias, como é que podemos cuidar da floresta?", questionou, lembrando que "é um problema sem solução à vista".


Candidaturas até ao dia 31 de outubro
O vencedor de cada uma das quatro categorias do Prémio Floresta e Sustentabilidade (Gestão e Economia da Floresta, Floresta e Comunidade, Inovação e Ciência e Escola e Floresta) receberá um cheque no valor de cinco mil euros, o que no total dá um valor de vinte mil euros. As candidaturas decorrem até 31 de outubro.

 Floresta portuguesa chega a 150 países
Não será pela venda direta de madeira, mas através dos derivados e, sobretudo, após a intervenção da indústria, que a floresta portuguesa chega, através das exportações, a cerca de 150 países. Um dos produtos de maior implantação no Mundo é a cortiça, uma vez que o montado português é o que a produz com maior qualidade.

 Aumentar a área florestal do País
O projeto tem mais de três anos, mas sofreu um revés com os fogos do ano passado. A intenção do Governo é promover o aumento da área florestal do País em cerca de vinte por cento, a fim de acabar, a breve prazo, com a importação de madeira.

 Exportações da cortiça em alta
Se tudo correr como a Associação dos Industriais da Cortiça prevê, o setor deve ultrapassar este ano os mil milhões de euros em exportações, depois de ter fechado o ano de 2017 nos 960 milhões. As campanhas bem sucedidas no Oriente, nomeadamente na China, devem ser determinantes para atingir o objetivo.

• Papel e pasta no topo da produção
A indústria papeleira, produtora de papel e pasta de papel, lidera a produção e exportação dos derivados da floresta, com a fatura a mostrar mais de 2,5 mil milhões de euros por ano. E é muito por causa desta indústria que Portugal se vê obrigado a importar trinta por cento da madeira que consome anualmente. O objetivo passa por reduzir essa importação.
Montado português é único no Mundo, em quantidade e em qualidade
Montado português é único no Mundo, em quantidade e em qualidade

Pormenores

Proteção do ambiente
Uma das principais ‘funções’ da floresta é a absorção de monóxido de carbono e, dessa forma, ajudar, de forma decisiva, à proteção do ambiente.

Gastronomia florestal
Se pensarmos na castanha, nos cogumelos e, sobretudo, nas carnes de caça, a floresta afirma-se como um importante berço gastronómico.

Atividade micológica
São deliciosos os cogumelos selvagens. Exigem muito cuidado, porque os venenosos são fatais, mas são bons embaixadores da gastronomia florestal.

Turismo de natureza
Uma indústria em franco crescimento e que depende, e muito, da floresta. Portugal tem mais de 1700 unidades de turismo em espaço rural.

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