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Notícia

“Não cortamos árvores, colhemos árvores”

Gestão: Só uma floresta ordenada e rentável pode combater a desertificação. Ambiente: A indústria utiliza floresta plantada e não nativa

07 de Agosto de 2018 às 14:19

Ao promover um prémio desta natureza e com esta abrangência, a CELPA revela uma extraordinária preocupação social e ambiental e é por isso que eu digo que se trata de um claro sinal de generosidade e inteligência".

A afirmação do professor Daniel Bessa, antigo ministro da Economia e presidente do júri do Prémio Floresta e Sustentabilidade, foi proferida na conferência de lançamento desta segunda edição e sintetiza o objetivo fundamental dos promotores desta iniciativa: a CELPA, associação da indústria papeleira, o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios.

Carlos Amaral Vieira, secretário-geral da CELPA, tem afirmado com persistência que, "ao invés do que muitas vezes é dito e publicado, a indústria papeleira tem claras preocupações sociais e ambientais".


Indústria acrescenta grande valor económico à floresta
              
Ambiente é uma das grandes preocupações da indústria papeleira


"A floresta só pode ser protegida se for rentável e uma floresta rentável é promotora de emprego e, desta forma, elemento de fixação de pessoas no interior do País", afirmou Carlos Amaral Vieira, lembrando que "a floresta dá emprego a mais de 140 mil pessoas".

O secretário-geral da CELPA realçou também o esforço da indústria do papel na prevenção e no combate aos incêndios florestais, referindo que "não se compreenderia que quem vive da floresta, como é nossa indústria, não fizesse tudo o que pudesse para a proteger e para a valorizar". "Nós temos claras preocupações ambientais, como se confirma através da realização deste prémio. Mas há mais: por um lado, a maior parte da energia utilizada pela nossas empresas provém de fontes renováveis e, por outro, o papel é o produto que mais se recicla na Europa, num total de 72 por cento, ou seja, muito mais do que o vidro ou o metal", afirmou.

Mas Carlos Amaral Vieira lembrou que "a indústria papeleira não utiliza, na sua atividade de produção de pasta ou de papel, floresta nativa. Utiliza apenas floresta plantada".

"Eu digo sempre que nós não cortamos árvores, nós colhemos árvores. Assim como o agricultor que semeia milho ou planta couves, colhe milho e colhe couves, nós, que plantamos árvores, colhemos árvores", explica o secretário-geral da CELPA.

Já no lançamento do Prémio, em maio, o presidente da CELPA, Diogo da Silveira, tinha alertado para o facto de a floresta só conseguir sobreviver se for economicamente sustentável e condenada a "orientação política" dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal, que "visam a municipalização".

Pormenores

Criadora de emprego
A par de outras vantagens, nomeadamente ao nível da balança comercial, as mais de 21 200 empresas ligadas à fileira florestal dão emprego a qualquer coisa como 141 mil pessoas.

Volume de negócios
A atividade industrial baseada na fileira florestal, nomeadamente a cortiça, o papel e o mobiliário, registou em 2017 um volume global de negócios de 22 mil milhões de euros.

União de produtores
Os industriais do papel continuam a apelar à criação de agrupamentos de produtores, uma vez que plantações de dois ou três hectares não têm viabilidade económica e financeira.

 

"Municipalizar  a floresta é um erro"
O alerta foi lançado por Diogo da Silveira, presidente da CELPA: "Os planos de ordenamento regionais estão politicamente orientados para a municipalização da floresta o que, a acontecer, seria um erro".


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