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Incentivos insuficientes

Estímulos governamentais ainda ficam aquém do que é necessário.

24 de Fevereiro de 2021 às 11:46
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Para aumentar as vendas de veículos eletrificados, os países têm adotado estratégias de incentivos. Diferentes valores, mas a estratégia é semelhante. No caso de Portugal existe, por exemplo, um incentivo de três mil euros para os particulares que queiram adquirir um veículo elétrico ligeiro de passageiros, financiado pelo Fundo Ambiental. Para se conseguir este incentivo há que se submeter a uma candidatura, e atenção que a verba anual disponibilizada pelo Governo não demora muito a esgotar-se. Refira-se que a verba anual governamental para apoiar a compra de veículos elétricos é de quatro milhões de euros.

 

Os incentivos atribuídos pelo Governo para a aquisição de veículos elétricos em Portugal conseguem convencer os consumidores a fazer esta aposta? Helder Pedro, secretário-geral da ACAP, diz que "os incentivos fiscais para a aquisição de veículos elétricos não são suficientes nem para atingir as metas de descarbonização, nem como vantagem comparativa relativamente a veículos do mesmo segmento a combustão interna, especialmente no momento de forte incerteza que se está a atravessar".

 

O responsável da ACAP explica que dada a sua tecnologia, estes veículos apresentam ainda um valor elevado na aquisição, pelo que é fundamental a existência destes apoios. Vários países aumentaram muito o valor dos incentivos, em meados do ano passado, para fazer face à crise. "Infelizmente, não foi o caso de Portugal, onde o valor se mantém inalterado, e em alguns casos é inferior em 50% ao de países como a Irlanda ou Itália. Por outro lado, e dada a limitação do número de veículos abrangidos, normalmente a meio do ano os incentivos encontram-se esgotados!", sublinha.

 

Particulares disponíveis para uma mudança de paradigma

 

Quanto a Massimo Senatore, diretor-geral da BMW Portugal, diz que, apesar do esforço do Governo neste campo nos últimos anos, "infelizmente os incentivos e as medidas ainda não são suficientes para que a população adira massivamente à aquisição de um veículo elétrico".

 

Em Portugal, a quota de mercado de veículos eletrificados tem vindo a aumentar nos últimos anos precisamente graças ao chamado "incentivo verde". A notícia de que o Governo português "reduziu o apoio aos veículos eletrificados este ano poderá contrariar esta tendência". "O mercado de veículos elétricos/eletrificados cresce significativamente em Portugal, apesar de o mercado global estar em queda. Os veículos eletrificados representam cerca de 30% nas vendas BMW e MINI em Portugal, e tínhamos previsto crescer para perto de 40% em 2021", informa.

 

Segundo o responsável da BMW, era importante criar mais apoios para se aderir de forma massiva à mobilidade elétrica, já que em Portugal a maior parte das medidas de incentivo à utilização de veículos elétricos "é dirigida às empresas". "Acreditamos que essas medidas deveriam ser alargadas aos clientes particulares, que estão atentos e disponíveis para esta mudança de paradigma. Além disso, como o custo de produção de automóveis eletrificados é muito superior ao das motorizações ‘clássicas’, os apoios governamentais podem ser decisivos para que os fabricantes consigam suportar a sua massificação".

 

Massimo Senatore acrescenta ainda que seria importante conseguir atrair as pessoas, sendo essencial, comunicar, partilhar e esclarecer para que "possam tomar uma decisão informada".

 

Sobre este tema, Enrico de Lorenzi, brand manager da Opel, diz que os incentivos estatais são "decisivos para atrair os consumidores para estas novas motorizações e retirar do mercado carros muito envelhecidos". "Especialmente em Portugal, que tem um dos parques automóveis mais envelhecidos da Europa".

 

Uma vitória para a UVE

A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos está satisfeita, pois viu uma das suas pretensões para 2021 atendida no Orçamento do Estado (OE) de 2021. À questão que opinião tem dos incentivos que constam neste OE para os veículos 100% elétricos e elétricos híbridos plug-in e se mudaria algo, Henrique Sánchez, presidente do conselho diretivo da UVE, começa por recordar que a dotação do Fundo Ambiental para os Incentivos à Aquisição de Veículos Elétricos, que em 2021 "se manterá nos quatro milhões de euros, irá ficar totalmente alocada aos particulares". Liberta-se, assim, verba que "era consumida pelas empresas, alteração proposta pela UVE". "O regulamento para a atribuição do Incentivo no Consumo de Veículos da Baixas Emissões para 2021, o seu nome oficial, que irá regulamentar estes incentivos, ainda não foi publicado, aguardamos a sua publicação para confirmarmos as nossas expectativas", refere.

 

Segundo Henrique Sánchez, é também importante a introdução de "mínimos de autonomia (50 km) e de máximos de emissões (50g de CO2/km)", atribuídos aos híbridos plug-in e aos híbridos convencionais.

 

Seria certamente muito importante, prossegue o responsável da UVE, a introdução de "uma taxa intermédia do IVA para os veículos 100% elétricos, abrangendo os consumidores particulares e não somente as empresas, que são as únicas que beneficiam da recuperação do IVA atualmente". Bem como a introdução de "um incentivo à aquisição de um veículo elétrico que fosse reforçado com o abate de um veículo com motor a combustão, cuja verba estaria indexada à antiguidade do veículo". "Estas duas medidas também já foram propostas pela UVE", conta Henrique Sánchez.

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