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Em 2020, um em cada quatro novos veículos ligeiros de passageiros era híbrido ou elétrico

Quota de mercado destes carros tem aumentado bastante em Portugal. Assim como na Europa.

24 de Fevereiro de 2021 às 12:06
Helder Pedro, secretário-geral da ACAP
Helder Pedro, secretário-geral da ACAP
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Os efeitos da pandemia têm-se feito sentir na maior parte dos setores. O mercado automóvel não é exceção e Portugal também sofre. No nosso país, o mercado automóvel fechou o ano de 2020 com uma queda de 33,9%. "Queda igual à registada em 2011", recorda Helder Pedro, secretário-geral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal. Quando se olha para a situação portuguesa na União Europeia (UE), este mercado registou a terceira maior queda. Ficou 10 pp acima da média da UE e só a Bulgária e a Croácia registaram quedas superiores.

 

"O mercado de ligeiros de passageiros sofreu uma queda maior, fechando o ano com uma diminuição de 35%, quando comparado com 2019. Queda aqui superior à de 2011 e apenas cerca de 2 pp abaixo da registada em 2012", explica Helder Pedro.

 

Apesar da forte crise que o setor automóvel atravessa, as vendas de veículos elétricos híbridos plug-in e veículos 100% elétricos conseguiram alguma imunidade no mercado nacional (e internacional).

 

"Em 2020, um em cada quatro novos veículos de ligeiros de passageiros era híbrido ou elétrico. O peso destes veículos no total de veículos vendidos de 2019 para 2020 quadruplicou, e no caso dos veículos 100% elétricos registou-se um aumento de 158% de quota de mercado. Em 2020, o mercado de veículos híbridos representou 16% do mercado e os veículos 100% elétricos representaram já 5% do mercado", informa o secretário-geral da ACAP.

 

Ou seja, este mercado não sai ileso, mas, apesar de tudo, a sua quota tem "aumentado significativamente, a exemplo do que aconteceu noutros países da Europa". E isto apesar de em Portugal o Governo "não ter aumentado o incentivo à compra de elétricos, tal como aconteceu em Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e outros países".

 

É, portanto, indiscutível que a pandemia afetou mais em Portugal a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis. "O mercado de veículos híbridos plug-in fecha o ano com um crescimento, relativamente a 2019, de cerca de 105%, uma quota de mercado que quadruplicou, em que um em cada quatro veículos novos matriculados era híbrido plug-in. Os híbridos convencionais também cresceram 27% e no caso dos veículos 100% elétricos também foi um ano bastante positivo, com um crescimento nas suas vendas de cerca de 14% e uma quota de mercado que cresceu 158%", refere Helder Pedro.

 

No que diz respeito aos veículos movidos a combustíveis fósseis, "o comportamento é inverso" e as suas vendas sofreram fortes quedas, na ordem dos 44%, com consequente impacto na sua quota de mercado, que reduz, em 2020, em 32%.

 

2021 pode ser um ano negativo

 

Helder Pedro não está otimista para este ano. As medidas políticas que foram tomadas em relação aos híbridos podem prejudicar este mercado, alerta. "Dado o fim dos benefícios fiscais aos veículos híbridos convencionais e da forte restrição dos incentivos aos plug-in, prevemos que, a não serem alteradas estas medidas, isso poderá ter um impacto negativo ao nível das vendas destes veículos".

 

O responsável da ACAP defende também o aumento do valor do incentivo à compra de veículos 100% elétricos. E recorda ainda que a forte crise económica que se está a enfrentar e a consequente incerteza quanto ao futuro, "poderá ter um efeito negativo no setor".

 

Assim, a ACAP tem vindo ainda a propor "um plano de renovação do parque automóvel, à luz do que foi feito, por exemplo, em Espanha, Alemanha, França, para um progressivo rejuvenescimento de um dos parques mais envelhecidos da Europa". Este plano seria para incentivar a compra de veículos de baixas emissões, contribuindo para as metas de descarbonização estabelecidas no Green Deal. "Segundo os nossos cálculos, um plano que abrangesse 40 mil veículos levaria a uma redução de 10.800 toneladas de CO2 e a uma poupança energética de 3,2 milhões de combustíveis/ano. Equivalente a 33.200 barris de petróleo!"

 

É prioritário alargar a rede de carregamento

 

Questionado se tem havido investimento público na rede de carregamento para fazer frente à crescente procura por parte dos portugueses em veículos elétricos e híbridos plug-in, responde que "o alargamento da rede de carregamento de veículos elétricos deve ser um objetivo prioritário, por forma a responder às necessidades na redução de emissões e para acompanhar as vendas destes veículos". Infelizmente, prossegue, 75% dos pontos de carregamento, na Europa, estão instalados em quatro países: Holanda (com 25%), Alemanha, França e Reino Unido.

 

Por outro lado, a ACAP tem "insistido na necessidade de existirem políticas públicas que promovam a coesão social, ou seja, que ninguém seja discriminado no acesso às novas tecnologias em função do rendimento ou por habitarem longe dos centros". Quer isto dizer que a rede de carregamento tem de ser alargada ao interior do país. "Até ao momento, e em nossa opinião, não tem acontecido de forma suficiente. Consideramos mesmo que deveria existir um plano a nível europeu para a criação alargada de uma rede de carregamento a nível da União Europeia."

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