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blueberry: uma nova geração de carregadores topo de gama

Os diferentes valores de potência de saída num só carregador, a flexibilidade ou a tecnologia dynamicblue são alguns dos motivos que fazem com que os carregadores rápidos blueberry para veículos elétricos, da empresa i-charging, representem um avanço significativo face à atual oferta de mercado.

24 de Fevereiro de 2021 às 10:47
Pedro Moreira da Silva, administrador e CEO da i-charging
Pedro Moreira da Silva, administrador e CEO da i-charging
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A i-charging é uma empresa de tecnologia, focada em soluções de carregamento de veículos elétricos. Desenvolve soluções de hardware e de software que permitem otimizar a operação dos seus clientes, uma amigável experiência de utilização e também um uso otimizado dos recursos energéticos, incluindo a rede elétrica.

 

A i-charging possui uma equipa de profissionais experientes, com vários anos de especialização no setor e um conhecimento profundo do mercado e da tecnologia. O objetivo desta empresa, criada em 2019 e sediada no Porto, é ser uma referência global no setor de mobilidade elétrica, com uma oferta diferenciada e geradora de valor para todas as partes interessadas. Pedro Moreira da Silva é administrador e CEO da i-charging. E foi com ele que falámos, para nos explicar quais são as soluções e os produtos para veículos elétricos da i-charging que a distinguem no mercado.

 

O que são os carregadores de carga rápida blueberry e o que os distingue?

 

A gama de carregadores rápidos blueberry foi apresentada em outubro de 2020 e representa um avanço significativo face à oferta atual de mercado, por vários motivos. Primeiro é uma gama coerente que pode ter valores de potência de saída de 50 kW até 600 kW num só carregador. Por outro lado, trata um conjunto de carregadores como um sistema e não como uma soma, sistema esse que pode ter qualquer potência que se pretender, de vários MW se for o caso.

 

Depois, porque a sua flexibilidade permite apresentar qualquer configuração que se pretenda ao nível de saídas, em termos de normas de carregamento, combinação, número ou capacidade de corrente. Nesse aspeto distingue-se da concorrência, que tem um portefólio de produtos fixo, mesmo se for mais ou menos vasto.

 

A tensão de saída pode atingir 1.000 V em qualquer modelo, outro elemento que distingue o blueberry de muitos equipamentos ainda no mercado que apenas vão até 500 V. Se tivermos em conta que cada vez estão a ser introduzidos no mercado mais veículos ligeiros e pesados com tensão de bateria superior, penso que os clientes devem acautelar este aspeto na hora de instalar estes equipamentos.

 

Existe mais algum elemento distintivo?

 

Há ainda outro elemento distintivo, que é o facto de incorporar funcionalidades avançadas, muitas delas patenteadas, que permitem a tal diferenciação e otimização já referidas. Entre as várias funcionalidades, salientava a gestão de potência dynamicblue, o sistema automático de manuseio dos cabos de carregamento, o generoso ecrã tátil e as funcionalidades ao nível de software.

 

Para resumir, o blueberry representa uma nova geração de carregadores topo de gama para veículos elétricos.

 

O que é a tecnologia dynamicblue?

 

A tecnologia dynamicblue, que está patenteada, consiste numa avançada gestão de alocação dinâmica de potência aos veículos a carregar. Num carregador com mais de uma saída ou num sistema de carregadores, a cada veículo é alocada, em cada momento, apenas a potência que ele necessita dentro da potência que está disponível nesse momento. E assim que deixar de necessitar de toda a que está a usar o excesso é libertado para que outro veículo a possa usar.

 

Este sistema traz mais-valias importantes como carga simultânea e carga sequencial, mas como o processo está otimizado por um algoritmo avançado, consegue combinar ambas e com isso ganhar tempo significativo em sistemas de elevada utilização, por exemplo, em frotas ou em áreas de carregamento com elevada densidade. Permite ainda otimizar a potência instalada e isso traduz-se numa poupança significativa no investimento necessário.

 

Quantos carregadores estão disponíveis na vossa gama e quais são as diferenças entre eles?

 

Nós não apresentamos um portefólio de modelos, mas sim uma gama que pode ter inúmeras possibilidades. Essa gama é apresentada em três configurações possíveis: blueberry, que tem 50 kW de potência de saída; blueberryPLUS, que permite potência de 100 a 600 kW num só carregador; e blueberryCLUSTER, que permite que um carregador possa ter até quatro saídas e é dirigido particularmente ao carregamento de frotas, embora também possa ser usado em carregamento público.

 

Como tem corrido o negócio? Os carregadores blueberry estão a ter muita procura?

 

O blueberry foi apresentado em outubro e, neste momento, estamos a iniciar a produção em série. O interesse está a ser muito grande, um pouco por todo o mundo, devido às características inovadoras que apresenta. Já conseguimos assegurar alguns contratos e o objetivo é começar a entregar aos clientes já a partir de maio.

 

Quem procura os blueberry?

 

O maior interesse tem sido inquestionavelmente por parte de operadores de postos de carregamento, embora também para carregamento de frotas.

 

Quais são os desafios para o futuro da i-charging?

 

A i-charging foi criada em meados de 2019. Tem, por isso, menos de dois anos e a sua atividade até agora foi maioritariamente feita em situação de pandemia, logo em condições muito difíceis, para mais para quem ainda estava a desenvolver os seus produtos e ainda fora do mercado, necessitando de fazer a promoção a partir do zero. Apesar disso, e com uma dedicação notável por parte da nossa equipa e com a confiança e apoio incondicional dos acionistas, fomos capazes de apresentar um produto totalmente inovador que está a ser reconhecido como tal pelo mercado.

 

A fase seguinte é a afirmação no mercado global que ambicionamos, o crescimento acelerado das operações que é necessário para acompanhar o mercado que vai sem dúvida crescer e continuar com o nosso roadmap de desenvolvimento. Quer para a gama blueberry, que ainda vai ter novidades, quer para outras coisas que virão, anunciadas a seu tempo.

 

O maior desafio é, portanto, sermos capazes de competir com concorrentes já estabelecidos, com recursos financeiros muito maiores, seja por pertencerem a grandes grupos, ou pela forte capitalização que em geral têm tido. Para isso, entendo que é muito importante que os apoios à retoma da economia centrados no fomento das indústrias verdes e no desenvolvimento das capacidades tecnológica e produtiva nacionais correspondam ao que tem sido anunciado.

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