Outros sites Medialivre
Negocios em rede
Mais informações

C•Studio é a marca que representa a área de Conteúdos Patrocinados do universo Medialivre.
Aqui as marcas podem contar as suas histórias e experiências.

Notícia

ACEA alerta para as ambições da Comissão Europeia

Transição para a mobilidade elétrica requer mais ação da Comissão.

24 de Fevereiro de 2021 às 07:56
  • ...

A Comissão Europeia (CE) apresentou no passado mês de dezembro a sua "Estratégia de Mobilidade Sustentável e Inteligente", na qual consta, entre outras medidas, o objetivo de ter pelo menos 30 milhões de automóveis de emissões nulas a circular nas estradas europeias até 2030. Um objetivo partilhado pela indústria automóvel da União Europeia (UE), que investe anualmente 60,9 mil milhões de euros em I&D na descarbonização.

 

O documento da CE revela uma ambição ousada, os fabricantes de automóveis, camiões e autocarros apoiam-na, mas, "infelizmente, essa visão está muito distante da realidade de hoje", adverte Eric-Mark Huitema, diretor-geral da Associação Europeia dos Construtores Automóveis (ACEA).

 

Segundo a ACEA, em 2019 existiam 243 milhões de carros de passageiros nas estradas da UE, sendo que menos de 615 mil eram veículos eletrificados. O que significa que são cerca de 0,25% da frota de automóvel existente. "Para cumprir o objetivo da CE, seria necessário aumentar quase 50 vezes o número de veículos eletrificados na Europa nos próximos dez anos", sublinha Eric-Mark Huitema.

 

Mais: o parque automóvel europeu tem uma média de onze anos de idade. A dos camiões (a CE tem igualmente como objetivo ter 80 mil camiões zero emissões nas suas estradas até 2030) é de 12 anos. Como resultado da descarbonização, os veículos novos correm o risco de se tornarem mais caros para muitos cidadãos e empresas num momento em que há menos dinheiro para gastar por causa da pandemia. Tal poderá aumentar a idade média dos veículos num futuro próximo, desacelerando a renovação da frota.

 

Aumentar as infraestruturas

 

É verdade que está a aumentar o número de veículos eletrificados. Todos os anos existem mais. Mas para que exista um crescimento sustentado, é indispensável apostar e aumentar as infraestruturas de carregamento e reabastecimento, tanto para automóveis de passageiros como para veículos pesados.

 

"A Comissão Europeia deve corresponder ao seu nível de ambição de implantar infraestruturas em toda a UE com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 dos veículos. É muito simples: quanto mais altas se tornam as metas climáticas, mais altas devem ser as metas para os postos de recarga e postos de abastecimento. Infelizmente, ainda existe uma incompatibilidade entre esses dois elementos", garante o responsável da ACEA.

 

A CE estima que serão necessários três milhões de postos de carregamento públicos até 2030. Em 2019, havia menos de 200 mil pontos de carregamento em toda a UE. Por isso, a associação insta os legisladores europeus a pressionar os governos nacionais para investirem em pontos de carregamento elétrico.

 

Além da infraestrutura, a ACEA aponta outros instrumentos que são necessários para melhorar a transição energética, como os esquemas de incentivo à renovação da frota e medidas de apoio para requalificar os trabalhadores, facilitando a transformação do setor.

 

Híbridos e elétricos

 

Na verdade, existe uma grande desconexão na UE no que toca à implantação de pontos de carregamento e postos de abastecimento, explica Eric-Mark Huitema. É que em muitos países falta a infraestrutura necessária, enquanto noutros Estados-membros da UE o investimento em infraestrutura não acompanha o aumento das vendas de veículos com motorização alternativa.

 

O diretor-geral da ACEA recorda que Adina Valean, a comissária europeia para os Transportes da CE, disse recentemente ao Financial Times que os veículos híbridos plug-in são "uma solução muito boa para o momento". "Porque não existe [na Europa] infraestrutura nem energia limpa suficiente para veículos com emissão zero e precisamos descarbonizar rapidamente."

 

Na opinião de Eric-Mark Huitema, a comissária tem razão. Na ACEA acredita-se que, nas condições certas, os híbridos plug-in oferecem uma excelente transição na estrada para a mobilidade neutra em carbono até 2050. Huitema explica que os veículos elétricos híbridos plug-in devem ser conduzidos no modo totalmente elétrico em várias viagens diárias curtas (ambientes urbanos), apenas mudando para o motor de combustão interna em viagens mais longas, evitando ter de passar horas carregando nas autoestradas, onde ainda falta infraestrutura.

 

O responsável da ACEA refere que os híbridos plug-in são muito populares na Alemanha e em França, registando um aumento nas vendas de mais de 400% no terceiro trimestre de 2020. Um forte argumento para mais investimento em infraestrutura em toda a UE. E isso, por sua vez, será um "gatilho" para uma maior participação de mercado de veículos totalmente elétricos no futuro.

 

Como Oliver Zipse, CEO do BMW Group, enfatizou após ser nomeado presidente da ACEA para 2021 durante uma reunião do conselho de administração, em dezembro: "Precisamos de utilizar as inovações mais recentes em toda a gama de tecnologias de transmissão para atender às exigências de todos os clientes."

Mais notícias