Fazer um mestrado ou uma pós-graduação é apostar em si mesmo. É garantir que se vai para o mercado (ou que se está) com mais conhecimentos, com maiores aptidões para os desafios, logo, em vantagem em relação aos concorrentes e com melhores perspetivas evolutivas, seja a nível de carreira, seja no que diz respeito a questões salariais. No fim, as organizações e a economia nacional, o país portanto, ficam também a ganhar, naturalmente.
Nas páginas deste trabalho, os responsáveis de diversas áreas, empresas de recrutamento e recursos humanos e os professores do ensino superior explicam detalhadamente os benefícios dos programas de mestrado e pós-graduações que qualificam os profissionais para a aguerrida competitividade de setores cada vez mais dinâmicos. Falam em investimento... e este recomenda-se.
Clara Raposo, presidente do ISEG, assegura, precisamente, que "a formação é o melhor investimento em si próprio que um ser humano pode fazer". "Uma licenciatura, dada a sua duração, será insuficiente para nos preparar em 2020 para uma vida profissional completa e de futuro."
Um mestrado aprofunda e desenvolve as bases que são lançadas nas licenciaturas e permite "uma maior especialização e aprofundamento de conhecimentos e componente prática aplicável numa vida profissional". Isto seja numa grande empresa, num projeto empreendedor ou em qualquer organização.
A responsável do ISEG relembra ainda que ao ritmo de transformação atual que se vive é imperativo atualizar conhecimentos. "Isso pode acontecer nos mestrados e nas pós-graduações. Além do mais, com vidas profissionais mais longas, é muito possível que as pessoas venham a desenvolver diferentes interesses ao longo do tempo e procurem diferentes áreas de formação." E acrescenta ser importante que a academia prepare profissionais "capacitados para se integrarem no mercado de trabalho ou, até, para criarem novos mercados e competências".
Note-se que, tendencialmente, os mestrados são mais direcionados para quem não tem experiência no mercado laboral. Enquanto as pós-graduações apontam, sobretudo, para quem tem experiência profissional, não obstante tem o objetivo de melhorar conhecimentos ou, inclusive, mudar de carreira.
Sim, as empresas procuram cada vez mais colaboradores qualificados
Hoje, a tendência das organizações passa por apostar em trabalhadores com formações superiores. Bruno Bobone, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), esclarece neste trabalho que "as empresas dão cada vez mais importância à formação, em particular à formação contínua, como meio para os seus colaboradores aprofundarem conhecimentos e competências". Aliás, as próprias organizações estão a apostar de forma crescente na formação dos seus quadros.
Tânia Vicente Coelho, talent acquisition manager na Kelly Services, confirma que, atualmente, as empresas nacionais procuram de forma crescente mestres e pós-graduados, com o objetivo de ter nas suas estruturas "profissionais mais qualificados e não só com know-how profissional que farão a diferença no seu negócio, mas também académico".
Sem surpresas, existem áreas de negócio que são substancialmente mais procuradas. Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), explica que nos últimos anos se tem registado um grande aumento na procura de mestrados "nas áreas das ciências empresariais, engenharias, tecnologias de informação e comunicação". "Também a procura por competências específicas, em que podemos destacar as competências digitais, reforçam a relevância de pós-graduações e cursos de especialização nestas áreas."