Os programas das áreas do digital, gestão, saúde, marketing ou comerciais estão a ter muita procura no ensino superior. Tânia Vicente Coelho, talent acquisition manager na Kelly Services, empresa de gestão de recursos humanos, explica que "o digital é o futuro, como tal, é legítimo que as pós-graduações e os mestrados ligados a esta área sejam cada vez mais procurados, principalmente como forma de novas/outras saídas profissionais e o respetivo acompanhamento das tendências de mercado".
A responsável da Kelly Services acrescenta que as dinâmicas comerciais têm sofrido mutações e "hoje não se vende como ontem". Por isso é imperativo haver "a aquisição de novas técnicas comerciais", por forma a os profissionais conseguirem posicionar-se no mercado e as empresas fazerem face ao cumprimento dos objetivos. A área da saúde precisa de ter nas suas estruturas "profissionais orientados para a gestão – económica, financeira e estratégica – que olhem para o negócio com foco numa estratégica de desenvolvimento, com capacidade de dar resposta às necessidades do setor".
Outro setor de atividade que se está a destacar é o da hotelaria e turismo e devido ao seu crescimento exponencial "precisa de profissionais cada vez mais qualificados e habilitados para o posicionamento de mercado, não só a nível nacional como internacional". O mesmo acontece com o setor do retalho.
Por sua vez, Pedro Borges Caroço, senior executive manager Michael Page Sales & Marketing, diz que a procura por mestrados e pós-graduações nas áreas supracitadas "está diretamente relacionada com o aumento de procura" para estes setores. "É verdade também que estas formações têm evoluído bastante e cada vez mais oferecem soluções e apoio à execução profissional."
Já Bruno Bobone, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) diz que a transição digital é hoje uma realidade que todas as empresas estão a enfrentar. Logo é normal que "procurem quadros capacitados ou promovam formações" nesta na área. "No que respeita as áreas comerciais, com o crescimento dos processos de internacionalização das empresas nacionais, verificou-se uma maior necessidade das equipas estarem preparadas para os desafios que encontram nos novos mercados". No caso da gestão de saúde é uma área que se "profissionalizou muito, nos últimos anos, tendo como resultado o aumento da procura de formação específica".
Sobre este tema, Pedro Queiroz, diretor-Geral da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, recorda que "as áreas da qualidade alimentar e saúde, de agronegócios, do marketing, da logística e da nutrição, a título de exemplo, trazem boas oportunidades de ligação profissional ao setor agroalimentar".