Hoje, as organizações exigem conhecimento. Sem quadros com as competências necessárias, as empresas não conseguem responder aos constantes desafios que são apresentados pelo mercado de trabalho. Para obter estas skills tão necessárias para os negócios, os mestrados e as pós-graduações são uma peça-chave. Por isso, as empresas procuram cada vez mais estes profissionais e isso mesmo é confirmado pelos representantes do ensino superior.
Clara Raposo, presidente do ISEG, explica que as empresas procuram "pessoas qualificadas e com uma boa atitude para se integrarem em equipas cada vez mais diversas e com novos desafios pela frente". "Certamente, quem investe na sua formação – seja em mestrados seja em pós-graduações – estará mais bem preparado."
Fernando Duarte, diretor dos Serviços do Instituto Lusíada de Pós-Graduações da Lusíada, afirma não haver dúvida de que "os mestres e os pós-graduados estão mais aptos e capazes para as atuais exigências do mercado de trabalho". "Para os que optarem por continuar a carreira académica ao nível do doutoramento, o mestrado é essencial para o ingresso".
À questão se as empresas procuram hoje cada vez mais mestres e pós-graduados, José Crespo de Carvalho, presidente da comissão executiva do ISCTE Executive Education, responde que "essa pergunta faz pouco sentido nos dias que correm". "As empresas procuram conhecimento e skills. Não procuram graus ou diplomas. Procuram pessoas", afirma e prossegue: "Agora a forma que as pessoas têm de crescer mais rápido e de se apresentarem mais interessantes ao mercado passa sempre, e claramente, pela formação universitária. Mas também por outro tipo de experiências. O mercado universitário de formação de executivos tem um papel decisivo a desempenhar no contexto do desenvolvimento das pessoas."
Há áreas que se destacam
Por sua vez, Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), recorda que as áreas em que tem havido uma maior procura por mestres nos últimos anos tem sido nas ciências empresariais, engenharias, tecnologias de informação e comunicação. Também a procura por competências específicas, em que destaca "as competências digitais, reforça a relevância de pós-graduações e cursos de especialização nestas áreas". "O IPS acompanha a inserção profissional dos seus diplomados, através de questionário anual, no qual obtemos mais de 70% de taxa de resposta, e constatamos que os salários médios dos diplomados de mestrado têm vindo a aumentar."
Já Manuel Fontaine, diretor da Escola do Porto da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, refere que os "mestres e os pós-graduados, por terem aprofundado, especializado, os conhecimentos de base que trazem da licenciatura, podem responder de forma mais dirigida a esses desafios".