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Importações e Exportações 2017
Notícia

Exportadoras portuguesas olham de frente para os desafios

A globalização nem sempre assenta em contextos concorrenciais perfeitos. O processo de colocação de produtos ou serviços em mercados estrangeiros deve ser por isso conduzido com precaução.

10 de Julho de 2017 às 15:52

As empresas exportadoras portuguesas que responderam ao último barómetro da UE sobre a internacionalização das PME identificam como principais barreiras à exportação, os elevados custos de entrega, a dificuldade em identificar parceiros nos mercados estrangeiros, a complexidade dos procedimentos administrativos associados às operações de exportação e o montante avultado de investimento financeiro requerido. Uma percentagem significativa das empresas refere ainda os custos de resolução de reclamações e litígios transfronteiriços e o facto de os pagamentos a partir de outros países não serem suficientemente seguros.

 

Segundo Leonor Sopas, docente da Católica Porto Business School, estes desafios correspondem a uma desvantagem de ser estrangeiro e de não pertencer à rede local. "Por melhor que uma empresa se possa informar antes de entrar num novo mercado, uma empresa estrangeira não tem por norma o mesmo conhecimento que é detido pelas empresas locais no que respeita a leis, regras e instituições, língua, gostos dos consumidores, formas de fazer negócio, nem tem uma rede local de relações com fornecedores, distribuidores, clientes, organizações públicas", ressalva a especialista.

 

Por esse motivo, as empresas estrangeiras encontram-se em desvantagem face às empresas locais e vão demorar algum tempo até conseguirem adquirir o conhecimento que só se consegue obter via experiência. Desta forma, muitas empresas seguem um processo incremental de internacionalização, avançando apenas quando a experiência lhes permite aprender o suficiente para poderem avaliar as oportunidades e os riscos de maneira mais informada e, desta forma, avançar com a sua estratégia.

 

A logística é um desses desafios?  Leonor Sopas considera que sim. "Claramente a logística aparece associada às barreiras referidas da complexidade dos procedimentos administrativos e custos de entrega, entre outros", sustenta a docente da Católica Porto Business School.

 

Para que o cenário seja favorável ao desenvolvimento do negócio além-fronteiras, Leonor Sopas garante que é crítico que as empresas sejam capazes de coordenar todas as actividades da cadeia de valor, quer estas sejam desenvolvidas directamente pela empresa quer sejam subcontratadas. Assim, áreas como as da logística e dos transportes têm certamente de estar articuladas entre si e com as restantes actividades da empresa e dos seus parceiros.

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