As empresas de recuperação e gestão de créditos trazem vantagens para o sistema judicial português, fazendo com que entrem menos processos nos tribunais, mas não só. Também ajudam a economia real. António Gaspar, director executivo da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Recuperação de Créditos (APERC), afirma que os tribunais estão inundados com milhares e milhares de processos. Como a APERC recuperou 585.167.337 milhões de euros em 1.399.517 processos que foram resolvidos pela via extrajudicial, foram menos essas acções que entraram em tribunal. "Nós damos uma extraordinária ajuda à justiça com este desentupimento dos tribunais", salienta.
António Gaspar adianta que a APERC dá uma ajuda à economia real porque "o dinheiro que recupera e entrega ao credor pode logo ser injectado no processo produtivo, ao contrário do que aconteceria se tivesse de esperar pela acção judicial". Segundo aquele responsável, o Banco de Portugal fez recentemente um estudo no qual se lia que os tribunais demoram "em média 840 dias para julgar uma acção". "Ou seja: nós criamos valor para todos os que trabalham com os nossos associados. É claro que não conseguimos recuperar tudo o que nos chega, pois há pessoas que não têm mesmo como pagar, porque tiveram uma doença, um acidente, estão no desemprego ou porque fizeram mal as contas e endividaram-se muito."
Flexibilização e rapidez
Alexandrina Freitas, directora da Servesco – Serviços Esco-Expansión Portugal, Lda, explica que quem recorre a uma empresa de recuperação de créditos procura "a especialização do serviço, e a flexibilidade de gestão". É essa a vantagem que os clientes da Servesco "encontram", assegura. "As empresas do sector têm essa preocupação, bem como marcar a diferença a nível dos resultados esperados. Para isso, procuramos e fidelizamos os melhores profissionais, bem como o investimento na tecnologia constante e intensivo, permitindo-nos marcar a diferença."
Mário Oliveira, sócio-gerente da True Recovery, recorda que o contexto actual da banca, e com as empresas a necessitarem cada vez mais de liquidez que a facturação quase nunca obtém, faz com que a intervenção das empresas de recuperação de créditos "acelere este último processo, diminuindo o prazo médio de pagamento dos créditos, anulando a necessidade de recorrer a banca, que não se mostra disponível para apoiar as empresas e descarta os custos da intervenção da mesma". Simultaneamente, a cobrança nesta fase "evita os custos judiciais associados ao processo de dívida".