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Sustentabilidade devia ser desígnio estratégico

A larga maioria de empresas ainda não assume a sustentabilidade como uma estratégia positiva, antes como algo necessário apenas para cumprir obrigações legais.

28 de Março de 2019 às 12:51
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O tema da sustentabilidade não é propriamente novo, uma vez que surgiu há já "alguns anos com o Relatório Brundtland", tendo sido "recentemente reforçado com os ODC – Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável que estabelecem 17 áreas que devem ser trabalhadas no âmbito da sustentabilidade", conforme explica Carmen Lima. A coordenadora do Centro Informativo de Resíduos da Quercus adianta que "algumas empresas já interiorizaram que o ambiente é uma peça fundamental para o desenvolvimento económico, mas uma grande fatia do mercado ainda olha para este tema como uma resposta à necessidade de implementar critérios que respondam às obrigações legais em vigor".

 

 

Opinião semelhante tem também Susana Fonseca, membro da direção da ZERO, para quem, embora existam "olhares diferenciados sobre a sustentabilidade", a verdade é que "em muitos casos as empresas não assumem esse desígnio como algo estratégico, mas antes como uma obrigação que têm de respeitar". Pode ser ainda considerada como "uma oportunidade de negócio, mas raramente é encarada como um elemento estrutural de organização da empresa e limitadora de opções", refere ainda a mesma responsável. No entanto, Susana Fonseca acredita que "há muitas empresas que já se aperceberam de que a perceção dos seus stakeholders está a mudar, pelo que as suas estratégias de negócio terão de responder a esse desafio, e outras que têm presente que a sustentabilidade ambiental é estratégica para a sua sobrevivência".

 

 

Ainda assim, e no que diz respeito à definição de estratégias específicas neste campo, em Portugal, Carmen Lima considera que "as empresas com maior expressão no mercado nacional, as multinacionais e igualmente algumas start-ups estão a integrar os objetivos do desenvolvimento sustentável no seu modelo de negócio". Uma realidade que "já se vê no setor da construção, no setor energético, no setor das comunicações, no retalho, entre outros".

 

 

Susana Fonseca aponta algumas das mudanças que são já visíveis em algumas empresas nacionais: "Por exemplo, na área dos plásticos, em particular nas suas utilizações descartáveis, há empresas a defender soluções que nunca defenderiam há apenas dois ou três anos." No entender da responsável da ZERO, esta realidade é "fruto de um aumento exponencial da visibilidade e perceção social da poluição por plásticos e de uma ação regulatória anormalmente musculada (mas muito bem-vinda) a nível europeu". Pela positiva, Susana Fonseca recorda que, "para outras empresas, a questão das alterações climáticas e a integração das potenciais consequências para o seu modelo de negócio já está presente".

 

 

Será que o país em si está no bom caminho em matéria de políticas de sustentabilidade e economia circular? Carmen Lima acredita que "Portugal vai fazendo o seu caminho, numas áreas mais desenvolvido, noutras ainda a olhar para tecnologias menos eficientes e que pouco contribuem para a sustentabilidade do país".

 

 

Susana Fonseca considera que "são múltiplas as áreas nas quais as políticas de sustentabilidade ou a economia circular podem ancorar". Ainda assim, diz existirem "ações interessantes na área da economia circular que estão a decorrer", embora a mudança efetiva apenas ocorra "quando existe uma combinação de ação política (com regulamentação, legislação aplicável de igual modo a todos), perceção social do problema e a necessidade sentida pelas empresas de ir ao encontro destas novas exigências (regulamentares e sociais)". Na realidade, "apostar em acordos voluntários e na boa vontade acaba, salvo raras exceções, por desembocar em muito discurso e pouca prática".


Três lacunas que persistem

1. Falta de visão estratégica por parte de muitos decisores políticos e técnicos que desemboca numa reduzida ambição e capacidade/vontade para implementar as políticas que a situação de emergência planetária em que vivemos exige.

2. Manutenção de investimentos públicos em soluções, apoios, subsídios vários nas soluções erradas, por exemplo: agricultura intensiva; combustíveis fósseis, incineração.

3. Falta de uma consciência coletiva da necessidade de agir, de alterar o paradigma vigente de produção e consumo lineares, para uma lógica de suficiência, qualidade e de fomento de uma economia ao serviço das pessoas e tendo presente os limites do planeta como enquadramento.

 

(Fonte: Associação ZERO)


O que devem as empresas fazer para se tornarem mais sustentáveis

Ser uma empresa amiga do ambiente e mais sustentável deverá ser o caminho a seguir pelas empresas nacionais. Carmen Lima, coordenadora do Centro Informativo de Resíduos da Quercus, deixa algumas ideias a ter em conta:

. Internalizar os princípios ambientais e envolver os seus colaboradores nesta mudança;

. Adotar medidas de eficiência hídrica, energética e de recursos no processo produtivo;

. Privilegiar o uso de matérias-primas recicladas e recicláveis;

. Promover soluções de reutilização, reciclagem e valorização para os seus desperdícios (evitando a produção de resíduos).

Também Susana Fonseca, membro da direção da ZERO, aponta estratégias a ter em conta do lado das empresas:

. Pensarem e agirem no sentido de o seu modelo de negócio ser sustentável (não apenas do ponto de vista ambiental, mas também social);

. Terem em consideração os limites do planeta e a impossibilidade de se crescer indefinidamente;

. Assumir e garantir a sustentabilidade no seu pleno – ambiental, social e económica – na sua intervenção, sem esquecer os seus fornecedores e parceiros de negócios dentro e fora da UE;

. Avaliar e comunicar com transparência e objetividade os seus impactos e os resultados alcançados, procurando que quer os seus processos quer os seus produtos sejam certificados de forma independente e transparente.

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