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Principais riscos em 2019 são ambientais

Apesar de toda a deterioração geopolítica e económica relatada no Global Risks Report 2019, os maiores riscos em termos de probabilidade e de impacto económico e social para este ano são os riscos ambientais.

28 de Março de 2019 às 12:18
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Está o mundo a avançar inadvertidamente para uma crise? Os riscos globais estão a intensificar-se. O Fórum Económico Global publica todos os anos o Global Risks Report, um relatório que reúne os resultados anuais do Survey Global de Perceção de Risco de aproximadamente 1.000 especialistas e decisores Na edição de 2019 há uma deterioração das condições económicas e geopolíticas.

O mundo avança para uma nova fase de políticas fortemente centradas no Estado. A ideia de "retomar o controlo" – quer seja internamente de rivais políticos ou externamente de organizações multilaterais ou supranacionais – ecoa em muitos países e sob várias formas. A energia, agora despendida na consolidação ou na recuperação de controlo dos riscos nacionais, vai enfraquecendo as respostas coletivas aos desafios globais emergentes.

As tensões geopolíticas e geoeconómicas estão a aumentar entre as maiores potências mundiais. Estas tensões representam os riscos globais mais urgentes no momento. O mundo está a evoluir para um período de divergência, após um período de globalização que alterou profundamente a economia política global. Reconfigurar as relações de países profundamente integrados envolve potenciais riscos, o investimento e as relações comerciais entre muitas das potências mundiais foram difíceis em 2018. Neste contexto, é provável que se torne mais difícil fazer algum progresso coletivo noutros desafios globais – quer seja proteger o meio ambiente ou responder aos desafios éticos da Quarta Revolução Industrial.

O agravamento das divergências no sistema internacional sugere que os riscos sistémicos possam estar a aumentar. Se surgisse a ameaça de outra crise global estariam disponibilizados os níveis necessários de cooperação e apoio? Provavelmente sim, mas a tensão entre a globalização da economia mundial e o crescente nacionalismo da política mundial é um risco cada vez maior.

Ambiente lidera os riscos

Apesar de toda a deterioração geopolítica e económica relatada no estudo, os maiores riscos em termos de probabilidade e de impacto económico e social são os riscos ambientais. Este ano, foram reconhecidos como três do top cinco de riscos em termos de probabilidade e quatro em termos de impacto.

Os riscos ambientais dominam as preocupações dos inquiridos, a curto, médio e longo prazo. Todos os cinco riscos ambientais que o relatório identifica estão novamente na categoria de alto impacto e de alta probabilidade: perda de biodiversidade; eventos climáticos extremos; fracasso na mitigação e na adaptação às alterações climáticas; desastres ambientais provocados pelo homem e catástrofes naturais. O mesmo acontece com a probabilidade crescente de falhas na política ambiental ou a falta de uma oportuna implementação dessa política.

Existe nos respondentes uma maior preocupação com o fracasso da política ambiental: tendo caído nos rankings depois de Paris, o "fracasso na mitigação e adaptação às alterações climáticas" regressou ao segundo lugar em termos de impacto este ano. Os resultados da inação climática estão-se a tornar cada vez mais claros. Para responder eficazmente às alterações climáticas, é necessário um aumento significativo da infraestrutura para se adaptar a esta nova situação e transitar para uma economia de baixo carbono.

A inação climática é responsável pela aceleração da perda de biodiversidade. Uma preocupação especial atendendo a que a abundância de espécies diminuiu em 60% desde 1970. Na cadeia alimentar humana, a perda de biodiversidade está a afetar a saúde e o desenvolvimento socioeconómico, com implicações no bem-estar, produtividade e até mesmo na segurança regional.

 

Repensar o urbanismo das cidades

As cidades em rápido crescimento e os efeitos contínuos das alterações climáticas estão a tornar mais pessoas vulneráveis ao aumento dos níveis do mar. Espera-se que dois terços da população mundial viva em cidades até 2050 e já existem cerca de 800 milhões de pessoas a viver em mais de 570 cidades costeiras vulneráveis a um aumento do nível do mar de 0,5 metros, até 2050.

Num ciclo vicioso, a urbanização não só concentra pessoas e propriedades em áreas de possíveis danos e disrupções, mas também exacerba esses riscos – por exemplo, destruindo fontes naturais de resiliência, como zonas (mangais) costeiras(os), e aumentando a pressão sobre as reservas de água subterrânea. Ao intensificar os impactos, uma quantidade crescente de terra tornar-se-á inabitável.

Existem três estratégias principais para adaptação ao aumento dos níveis do mar: a primeira são projetos de engenharia para manter a água fora, a segunda são defesas baseadas na natureza e, por último, estratégias baseadas em pessoas, tais como deslocamento de residências e empresas para terrenos mais seguros ou investir em capital social para tornar as comunidades com risco de inundação mais resilientes.

Quem participa no Global Risks Report 2019

O Global Risks Report 2019 foi desenvolvido, ao longo do último ano, com o apoio inestimável do World Economic Forum’s Global Risks Advisory Board. Beneficia também de uma colaboração contínua com os seus parceiros estratégicos Marsh & McLennan Companies e Zurich Insurance Group, e dos seus consultores académicos da Oxford Martin School (Universidade de Oxford), da Universidade Nacional de Singapura e do Wharton Risk Management and Decision Processes Center (Universidade da Pensilvânia).

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