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Congresso Portugal Nuts 2022
Notícia

Perspetivas dos mercados internacionais

A Europa é um importador líquido de todos os frutos secos, principalmente dos EUA. Importa 300.000 Mt de amêndoas, 75.000 Mt de pistácio e 55.000 Mt de nozes.

12 de Maio de 2022 às 11:25
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O debate relativo aos mercados internacionais e aos fluxos comerciais dos frutos secos teve a moderação de Duarte Correia, CEO da Duckriver, e contou com a participação de José Balanzá Bosch, coordenador-geral da Descalmendra; Jose Gutierrez da IHS Markit; Sebastian Emig, secretario-geral da European Snacks Association e David Doll, managing director da Rota Única.


Perante a realidade das importações de frutos secos que a Europa faz, os países mediterrânicos, nomeadamente Portugal, podem ter capacidade de deslocar parte dessas importações, tradicionalmente de origens como a Califórnia e o Chile, ao estarem mais próximos dos grandes mercados de consumo, apesar dos impactos muito relevantes que a guerra na Ucrânia terá nos preços e disponibilidade de combustíveis e fertilizantes nas produções de frutos secos em Portugal.


A pegada de carbono e a distância da produção em relação à geografia de consumo são hoje relevantes para o consumidor, mas para assegurar a sustentabilidade económica do setor é necessário que passem a ser valorizadas comercialmente.


Os processadores espanhóis estão focados em dar continuidade ao valor agregado e não tanto ao descasque, ainda assim foi considerado que Espanha tem instalada uma capacidade suficiente para as amêndoas que serão produzidas na Península Ibérica, a partir dos pomares irrigados recentemente plantados. Há uma clara tendência para que a indústria de descasque veja uma expansão na Península Ibérica.


A indústria espanhola importa anualmente dos Estados Unidos a mesma quantidade de amêndoas que produz, aproximadamente 100.000 Mt. Espanha também exporta uma quantidade significativa de grãos para a Alemanha, Itália e França. Houve um crescimento muito rápido em hectares plantados tanto nos EUA como em Espanha e Portugal. Muitos deles só começarão a produzir este ano ou nos próximos anos. O preço neste momento está baixo e, por isso, é importante informar o consumidor, através de campanhas nutricionais, para que o consumo possa crescer.


A disponibilidade de dados sobre a amêndoa na indústria ibérica é muito reduzida, muitas vezes devido ao facto de os dados serem recolhidos por institutos nacionais de estatística sem conhecimento técnico para os aprofundar, sendo que outras vezes são as classes de dados que não estão bem definidas.


O âmbito limitado dos fitofármacos homologados para as culturas de frutos de casca rija em Portugal é um obstáculo ao desenvolvimento do setor. O mercado é mais exigente em termos de LMR, o que limita as possibilidades que o produtor europeu tem ao seu dispor quando comparado com os restantes produtores mundiais.

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