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Notícia

Impacto do setor dos frutos secos na economia portuguesa

O país exporta atualmente 100 milhões de euros e apresenta um saldo positivo da balança comercial de 10 milhões de euros, no caso da amêndoa.

12 de Maio de 2022 às 11:27
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O debate sobre o impacto do setor dos frutos secos na economia portuguesa contou com a moderação do jornalista Rodrigo Pratas e participação de Sónia Pereira, Alta Comissária para as Migrações; Ricardo Reis, diretor do Centro de Estudos e Sondagens de opinião da Universidade Católica Portuguesa; Nuno Russo, vereador com o pelouro de apoio ao desenvolvimento agrícola da Câmara Municipal de Santarém e Frederico Mota, Public Affairs da Sonae.


Portugal aumentou 54% a área plantada de frutos secos nos últimos 10 anos, tendo hoje um total de 110.000 hectares com uma produção de 80.000 toneladas anuais. Quando se perspetiva que o preço dos bens alimentares possa subir 30% até ao final do primeiro semestre de 2022, é encorajador saber que Portugal é, ao dia de hoje, capaz de satisfazer, por via da produção nacional, 96% do consumo interno de frutos secos e que em 2023 passará a ser plenamente autossuficiente.


Num período de 10 anos, a noz e a castanha poderão triplicar e duplicar a produção, respetivamente. Este crescimento irá implicar um acréscimo de mais de 350 M€ anuais no volume de vendas do setor, correspondendo a um acréscimo de 200 M€ de exportações, o que implicará triplicar o atual valor de vendas ao exterior por parte do setor.

Num período de 10 anos, a noz e a castanha poderão triplicar e duplicar a produção, respetivamente.

Ficou claro que é necessário fomentar o empreendedorismo local, através de parcerias com o poder local, mas também estratégias conjuntas com a grande distribuição.


Em termos de empreendedorismo, depende dos empresários e das estratégias de desenvolvimento da economia local das câmaras municipais, que têm liberdade para desenhar o seu executivo, nomeadamente ao nível das vereações. É fundamental que nas autarquias das regiões onde o agroalimentar tem forte implantação haja um pelouro específico e um interlocutor direto.


O setor dos frutos secos para continuar a crescer, e apesar de ser uma cultura cada vez mais mecanizada, continua a precisar de mão de obra e de assegurar que este crescimento económico é acompanhado de sustentabilidade social, nomeadamente ao nível da proteção dos direitos e garantias dos trabalhadores nacionais e da mão de obra migrante.


A questão económica está intimamente relacionada com a questão laboral e de integração de migrantes. Hoje, a economia portuguesa necessita de políticas de integração de mão de obra migrante para que possamos ter um resultado harmonioso entre sustentabilidade económica e social.

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