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“O futuro da comunicação está nas relações públicas”

Por ser uma atividade multidisciplinar que trabalha a reputação num xadrez complexo que engloba marcas, personalidades e instituições, as empresas têm de apostar nas public relations.

03 de Março de 2022 às 09:45
Catarina Vasconcelos, diretora-geral da LPM
Catarina Vasconcelos, diretora-geral da LPM
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O setor da comunicação, como outros setores, tem assistido a uma grande transformação nos últimos anos. Catarina Vasconcelos, diretora-geral da LPM, explica o que tem mudado na atividade. Nesta conversa sobre a evolução das agências de comunicação e das marcas, a responsável fala igualmente da LPM e dos seus desafios.

Como evoluiu a LPM nestes últimos anos?
Somos o maior centro de competências de public relations em Portugal e temos vindo sempre a crescer de forma muito significativa. A nossa reputação, a nossa dimensão, a nossa capacidade de intervenção e de inovação em todos os setores com todas as disciplinas, os nossos clientes e os projetos que desenvolvemos são prova fidedigna disso mesmo. A nossa cultura é – e sempre foi –, de rigor, foco, profissionalismo e entrega de excelência. Continuamos como motor de aceleração de tendências, a construir o futuro da comunicação.

Quais os desafios de comunicação que se colocam às empresas em Portugal?
Hoje as organizações não podem apenas comunicar em torno da sua área de negócio. Os públicos esperam muito mais. Esperam uma absoluta humanização e exigem tomadas de posição claras (e atuações coerentes com essas tomadas de posição) sobre a comunidade, o mundo em que vivemos, o planeta. Todos passam a ter um papel relevante na vida de todos. Compreender esta realidade e integrá-la de forma relevante e eficaz na própria organização e no seu relacionamento com os públicos é o maior desafio.

Que papel desempenha a agência de comunicação para responder a estes desafios?
Acredito, sinceramente, que o futuro da comunicação está nas public relations por ser uma atividade multidisciplinar que trabalha a reputação num xadrez muito complexo que engloba marcas, personalidades e instituições. No caso da LPM: o papel de estudar, analisar e antecipar as necessidades e as expectativas dos públicos, de ser o farol do caminho a seguir num tempo tão incerto – com uma visão intersetorial absolutamente fundamental nos dias de hoje – e de a operacionalizar, numa perspetiva multidisciplinar, com know-how, experiência e inovação.

Que mudanças houve nas agências de comunicação nos últimos anos que merecem destaque?
As grandes, como é o caso do Grupo LPM, em todo o mundo, adquiriram novas competências que permitem implementar projetos, assentes no pensamento estratégico, com soluções criativas e inovadoras. Assistimos à crescente valorização das pessoas, das competências digitais, da criatividade e da flexibilidade.

De que forma a pandemia acelerou novas formas de comunicação das empresas com os seus clientes e públicos-alvo?
A pandemia levou a uma verdadeira inovação na comunicação. Face à nova realidade, investimos fortemente em soluções inovadoras e desenvolvemos novas ofertas e novos modelos de negócio que respondem de forma extremamente eficaz às necessidades dos clientes. Criámos experiências com enorme êxito, garantindo a comunicação bidirecional e com impacto.

"Continuamos como motor de aceleração de tendências, a construir o futuro da comunicação Catarina Vasconcelos, diretora-geral da LPM

Que diferenças existem entre uma comunicação B2B e uma B2C?
Hoje, o pensamento não pode ser orientado dessa forma. Se comunica para negócios ou para consumidores. Comunica com pessoas. Depois, em termos táticos, há declinações de acordo com os públicos e com as linguagens, naturalmente. Mas a big picture é outra.

De que forma trabalham estes mercados diferenciados e como estão estruturados para responder às necessidades de cada negócio?
Somos um grupo de comunicação. Temos todas as competências e disciplinas de RP "in house": Conselho Estratégico de Comunicação, Public Affairs, Reputação Digital e Redes Sociais, Social People, Engagement com Profissionais de Saúde, Brand Activation & Shopper Marketing, Criatividade (com IDEATION) e ainda o Visual Hub, Digital Hub, Video Hub, e Content Hub.

Trabalhamos em conjunto, juntos. Identificamos as necessidades dos clientes de forma personalizada e planeamos estrategicamente todas as ações, tendo em conta especificidades de cada um, com o contributo e envolvimento de várias equipas.

A nossa grande mais-valia é o facto de termos excelentes profissionais, altamente qualificados, experientes e especializados. Conseguimos somar, multiplicar e exponenciar valências, soluções e resultados para os projetos dos nossos clientes.

Quais as tendências de comunicação que vão marcar o futuro para os segmentos B2B e B2C?
Foco na sustentabilidade, na responsabilidade social e na humanização. É cada vez mais relevante assumir compromissos, cumprir as promessas e apresentar resultados, numa comunicação bidirecional, honesta e eficaz.

Para onde está a evoluir o modelo de negócio da agência de comunicação?
Verifica-se uma crescente valorização das grandes marcas, dos grandes grupos de comunicação que, pelo seu sólido know-how, experiência e multidisciplinariedade, conseguem assegurar uma comunicação integrada, desenvolvendo novas ofertas e novos produtos de comunicação.

A flexibilidade e a criatividade são dois pilares fundamentais. No início deste ano, lançámos a IDEATION, uma nova área que vem reforçar a nossa criatividade em todas as disciplinas de public relations.

É possível continuar a crescer no mercado nacional?
Sim, sem dúvida. As public relations impactam a vida das pessoas, os negócios, o ambiente, as medidas de sustentabilidade, a reputação… e geram mudanças de atitudes, estilos de vida, na legislação, nos modelos de negócio, nos comportamentos.

Quais os três clientes mais importantes/campanhas de comunicação que realizaram nos últimos dois anos?
Mais importantes são todos os nossos clientes. Celebrámos, com a participação dos nossos clientes e do setor, o que temos conseguido alcançar em conjunto na nossa conferência dos 35 anos da LPM: PR Innovation Talk, em que aliás é possível conhecer alguns casos aqui.

A LPM foi criada em 1986. Tem como sócio e administrador executivo João Paixão


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12,1
milhões de euros de volume de negócios do Grupo LPM em 2021


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