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“Comunicação constante, transparente e honesta”

A pandemia mudou a comunicação, tanto dentro da empresa como para o exterior.

17 de Fevereiro de 2022 às 09:02
Tiago Vidal, sócio e diretor-geral da LLYC
Tiago Vidal, sócio e diretor-geral da LLYC
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O sócio e diretor-geral da LLYC, Tiago Vidal, aponta os desafios que as agências de comunicação e as empresas têm hoje e explica como está este setor no contexto atual. Em entrevista sobre a evolução das agências e das marcas, Tiago Vidal fala também do presente e dos objetivos futuros da "sua" LLYC.

Como evoluiu a LLYC nestes últimos anos?
O nosso foco passa pelo crescimento e a evolução permanente das nossas competências de forma a darmos resposta aos desafios de comunicação e reputação cada vez mais complexos dos nossos clientes. A capacidade de reunir equipas multidisciplinares com valências criativas, estratégicas e operacionais em temas tão diversos como engagement, talento, digital, public affairs, crise ou comunicação corporativa é algo que nos tem distinguido e nos permitiu duplicar a dimensão da empresa nos últimos três anos, não só em Portugal mas a nível global.

Quais os desafios de comunicação que se colocam às empresas em Portugal?
O grande desafio da comunicação atual é a relevância. Mais do que "comunicar", as empresas têm de conseguir ser relevantes para os seus stakeholders, desenvolvendo mecanismos que lhes permitam escutar de forma contínua, compreender as suas expectativas, e manter um diálogo efetivo com as mesmas num contexto omnicanal. Com a diversidade de comunidades com que nos relacionamos, territórios de comunicação em que queremos estar e canais disponíveis, é necessário criar estratégias de comunicação alinhadas com o propósito e objetivos de negócio das organizações. E, na sequência, desenvolver planos de comunicação com base em dados e criatividade que nos permitam diferenciar e criar relações de valor estáveis. Só assim a comunicação pode contribuir para a estratégia de negócio das empresas.

Que papel desempenha a agência de comunicação para responder a estes desafios?
Na nossa visão, a consultora é uma peça fundamental neste ecossistema. Ninguém mais do que os nossos clientes conhece o seu negócio e setor, mas a capacidade de análise crítica que trazemos e o conhecimento abrangente que temos da comunicação são uma enorme mais-valia quando criamos equipas de trabalho com os nossos clientes de forma a desenhar as melhores soluções para os seus desafios.

Que mudanças houve nas agências de comunicação nos últimos anos que merecem destaque?
Existem muitas diferenças entre os diversos players do setor. No caso da LLYC, diria que existiram três mudanças fundamentais: a necessidade de integrar especialidades e visões distintas para cada projeto, a integração de dados e inteligência nos processos de decisão estratégica e, por último, o desenvolvimento e incorporação da criatividade data driven em tudo o que fazemos.

De que modo a pandemia acelerou novas formas de comunicação das empresas com os seus clientes e públicos-alvo?
O contexto atual requer uma comunicação constante, transparente e honesta, tanto dentro da empresa como externamente com todos os seus intervenientes. Os cidadãos esperam que os líderes e as nossas marcas de referência não "desapareçam" em tempos difíceis, bem pelo contrário: espera-se que estejam ao nosso lado, mais próximos e mais ligados do que nunca. Ficou claro que as empresas que optem pelo "silêncio" não beneficiarão, tanto em termos de desempenho comercial como de reputação.

Para a LLYC, é claro que Estratégia, Tecnologia e Criatividade são pilares fundamentais da nossa oferta de serviços transversaisO Tiago Vidal, sócio e diretor-geral da LLYC

Que diferenças existem entre uma comunicação B2B e uma B2C?
Todas e nenhumas. No passado, dizíamos que a comunicação B2C se distinguia por ter um foco no stakeholder consumidor e que tinha normalmente uma componente emocional no seu processo de tomada de decisão, enquanto na comunicação B2B o processo de tomada de decisão tinha uma componente mais lógica e analítica. Ou a comunicação B2B era mais relacional e a B2C era mais transacional. No mundo atual, acreditamos que devemos integrar todas estas componentes independentemente de estarmos a trabalhar uma marca B2B ou B2C, pois os destinatários das mensagens são pessoas. E as pessoas respondem às mesmas estratégias de engagement.
 

De que forma trabalham estes mercados diferenciados e como estão estruturados para responder às necessidades de cada negócio?
Temos uma abordagem holística como consultores, na qual misturamos conhecimento de mercados/setores económicos com competências específicas de comunicação. Daí montamos cada vez mais equipas multidisciplinares ajustadas ao desafio do cliente, em que trabalhamos de forma colaborativa, utilizando metodologias de cocriação, como o design thinking.

Quais as tendências de comunicação que vão marcar o futuro para os segmentos B2B e B2C?
Como falado anteriormente, acreditamos que a inclusão de dados e intelligence nos vai permitir evoluir na capacidade preditiva e de desenho de estratégias de comunicação. Por outro lado, a capacidade criativa do ser humano, e neste caso do nosso talento, vai ser crucial para construir as soluções integradas que os desafios mais relevantes dos nossos clientes nos pedem.

Para onde está a evoluir o modelo de negócio da agência de comunicação?
Acreditamos que a consultoria é o modelo-base que melhor se adequa às diferentes necessidades dos nossos clientes. Para tal, temos de agregar cada vez mais perfis e competências diferentes, mas também ser capazes de trabalhar com outras empresas e profissionais quando seja necessário. Para a LLYC, é claro que Estratégia, Tecnologia e Criatividade são pilares fundamentais da nossa oferta de serviços transversais.

É possível continuar a crescer no mercado nacional?
Acreditamos que sim e a realidade tem comprovado isso. Para crescer é necessário termos uma equipa talentosa, uma oferta diferenciada, e sermos capazes de criar valor para os nossos clientes, ajudando-os a ultrapassar os seus desafios. O mercado português da comunicação é muito fragmentado pelo que existe espaço para consolidação e para a diferenciação entre as empresas que têm massa crítica para evoluir e inovar e as restantes.

Quais os três clientes mais importantes/campanhas de comunicação que realizaram nos últimos dois anos?
Todos os nossos clientes são importantes. Existem alguns com maior notoriedade ou campanhas que tiveram maior visibilidade, mas é sempre um exercício injusto destacar algum. É de salientar o facto de termos a confiança de clientes de setores tão distintos como Abanca, Leroy Merlin, Liberty Seguros, JLL, Mercadona, Medway, Netflix, Pernod Ricard, Pescanova, Sonae Sierra, Sonae Arauco, Siva e todas as suas marcas, Zome, Xiaomi, entre mais de 50 clientes ativos.

A LLYC foi fundada em 1995. Em Portugal, iniciou a sua atividade em 2011 com a entrada no capital da Imago, sendo que a partir de 2015 passou em definitivo a operar como LLYC. A LLYC é uma empresa cotada em bolsa.

32 sócios profissionais

50 clientes em Portugal e mais de 450 clientes a nível global

900 colaboradores a nível global, dos quais 31 estão no escritório de Lisboa

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