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Kinetikos poupa pacientes, clínicos e seguradoras

Start-up Kinetikos encaixou 100 mil euros na 7.ª edição da Building Global Innovators, pela Caixa Capital.

07 de Dezembro de 2016 às 15:17
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Foi em plena Web Summit que Luís Rodrigues, co-fundador da start-up Kinetikos, ficou a saber que o projeto terá sido o mais promissor da 7.ª edição da BGI ou Building Global Innovators, a aceleradora de empresas desenvolvida entre o ISCTE e o Programa MIT-Portugal, em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Este investimento de 100 mil euros pela Caixa habilita a Kinetikos ao Caixa Empreender Award, o maior evento nacional ligado ao empreendedorismo e inovação, onde as start ups finalistas podem ainda aceder a 100 mil euros adicionais.

A Kinetikos é uma plataforma na "cloud" que ajuda os clínicos, fisioterapeutas, fisiatras ou ortopedistas, a tomar decisões para tratar de perturbações musculoesqueléticas na reabilitação. Este sistema de suporte de decisão permite passar daquilo que se faz há décadas na fisioterapia, que é olhar para a dificuldade do movimento usando só a observação e em alguns casos palpação, para uma ferramenta que permite uma quantificação precisa da disfunção no movimento.

Com este sistema, a hipótese de erro fica praticamente erradicada o que é importante não só na reabilitação, mas também na optimização do gesto desportivo. "Temos atletas que ao porem os sensores e ao usar o sistema, percebem que há pequenas coisas no movimento que não estão a fazer tão bem; é igualmente importante na reabilitação de um atleta que quer voltar à sua melhor forma", dá como exemplo Luís Rodrigues.

Além de melhorar a eficácia de tratamento dos pacientes, outra vantagem da Kinetikos, fundada por Luís Rodrigues e Ricardo Matias, é que também poupa dinheiro às seguradoras que têm de pagar os processos de reabilitação. Luís Rodrigues avança que as seguradoras podem poupar 20% em custos da terapia. "Com este sistema de suporte de decisão, nós colocamos toda a capacidade de desenvolvimento computacional, biomecânico e analítico nas mãos dos clínicos das seguradoras e dos decisores das seguradoras", garante.

O investimento da Caixa vai permitir à Kinetikos "acelerar algumas acções de implantação no mercado". Luís Rodrigues explica que a sua start-up já tem alguns clientes, inclusive, fora de Portugal, mas "é um caminho de expansão que tem custos significativos e todos os fundos são bem-vindos". Em relação à participação no programa de aceleração de empresas da BGI diz que correu "muito bem", acrescentado que os dois fundadores escolheram o programa de aceleração por dois motivos: "Porque confiávamos na BGI e na sua capacidade, em conjunto com o MIT, de desenvolver um programa de valor, o que veio a acontecer; e porque fazia todo o sentido. Nós trabalhamos numa área mista de ‘healthcare’ do mundo segurador, na qual Boston é um dos pólos mundiais com o MIT".

Foi no frenesim tecnológico da Web Summit que a Kinetikos recebeu a boa nova e o cheque. Dias antes, a sua apresentação já tinha impressionado no ISCTE, onde dezenas de pessoas quase esgotaram o Auditório JJ Laginha para assistir à apresentação dos projectos de sete start-ups, no "BGI Batch 7 Demo Day". Perante uma atmosfera predominantemente académica, mas também com investidores internacionais e não só, pCPR, No Micro, Atom, AppyFans, Glexyz, Gilvah e Kinetikos deram a conhecer as suas ideias em apresentações, de sete minutos no máximo, que foram quase sempre aplaudidas entusiasticamente pelos presentes.

Nuno Freitas fez o primeiro "pitch" – ou apresentação –, dando a conhecer o pCPR, um dispositivo para manobras de ressuscitação cardiopulmonar, pois tem feedback fisiológico em tempo real. "As equipas de emergência não têm as respostas de que precisam em 20 minutos. Nos ‘twenty gold minutes’", salienta Nuno Freitas. "Hoje só damos electricidade ao doente. Mas queremos feedback do doente. Queremos saber se as manobras de reanimação estão a resultar, se o oxigénio está a chegar ao cérebro", deu como exemplo Nuno Freitas.

No Micro foi o segundo projecto a entrar em cena e a aposta está num penso para quem tem feridas crónicas. A diferença é que este penso é revestido com nanopartículas, para regenerar tecidos e reduzir as infecções e o tempo que demora a curar as mesmas. Para reforçar a importância do seu produto, os responsáveis da No Micro sublinham que só nos EUA existem 6,5 milhões de pessoas com ferimentos crónicos, devido à diabetes, úlceras e não só.

Após a apresentação destas duas de start-ups portuguesas, surgiu a Atom, via Skype, de Hong Kong, apresentando um projecto que promete resolver o problema da falta de energia fora de casa. Esta bateria portátil, garante a Atom, é adaptável a todos os dispositivos electrónicos. A bateria, até 150w, é compatível com "laptops", altifalantes e inúmeros outros aparelhos portáteis, ideal para ser usada por músicos, fotógrafos, organizadores de eventos e não só.

De Torres Novas surgiu a AppyFans, uma aplicação que "vai revolucionar a forma como é feito o ‘local shop’", assegurou Filipe Romão, CEO e Fundador da Imagine Apps. Esta aplicação permite avisar as pessoas das melhores ofertas e eventos nas suas lojas favoritas, tirando partido das campanhas móveis.

A Glexyz oferece testes virtuais, substituindo os testes físicos. Através de uma solução SaaS, na "cloud", a Glexyz junta designers e engenheiros para optimizarem em 3D, e ao mesmo tempo, todos os aspectos de um produto. Esta abordagem economiza até 70% do tempo de desenvolvimento, visto dispensar a prototipagem física para optimização de produto. André Luz, um dos fundadores, explicou que os serviços da Glexyz podem ser utilizados pela indústria automóvel, aeronáutica ou no sector da Defesa.

Gisa Ellis, do Reino Unido, apresentou, através da Gilvah, um projecto de educação online para África e os alvos são professores e alunos. "África está prepara para o ‘e-learning’", afiançou Gisa Ellis que quer começar pela África do Sul, e partir para outros países como a Nigéria. Entre as vantagens da educação online está, aponta Gisa, o facto de ser "um serviço adicional para ajudar os alunos a aprender melhor a matéria o que nem sempre conseguem em salas de aula de escolas sobrelotadas".

A Kinetikos foi a última a subir ao palco, mas acabou por ser a primeira na hora de decisão.

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