Notícia
"Spreads" no crédito à habitação abaixo dos 3%
O "spread" médio praticado pelas instituições financeiras no crédito à habitação ficou abaixo dos 3%, no ano passado, revelou o Banco de Portugal.
Foram celebrados quase 27 mil contratos de crédito à habitação em 2013, mais 16% do que no ano anterior. Destes, 85% foram concedidos a taxa de juro variável, revela o "Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2013" publicado esta terça-feira.
A Euribor a seis meses foi o indexante mais utilizado, em 62,7% das situações, enquanto 34,4% dos contratos optaram pela Euribor a três meses. O "spread" médio dos contratos indexados à Euribor a 3 e a 6 meses ascendeu a 2,9%, o que representa uma queda de 12 pontos-base face ao ano anterior.
E também no caso dos créditos conexos (vulgarmente conhecidos como "multiusos" ou "multiopções") se verificou uma descida no custo do financiamento, com o "spread" médio dos contratos indexados à Euribor a 3 e a 6 meses a fixar-se nos 4,2 % (menos 26 pontos base do que em 2012).
O indexante a seis meses representou a escolha em 69% dos contratos. Foram concedidos 4.740 créditos conexos, no ano passado, menos 35% do que em 2012.
Em ambos os segmentes de crédito, o montante médio contratado recuou em relação a 2012. No empréstimo à habitação, ascendeu a 76.929 euros (-17,5 % face a 2012), enquanto no crédito conexo fixou-se nos 23.130 euros (-12,7 % face a 2012).
"Em 2013 registou-se uma ligeira recuperação da contratação de crédito à habitação, após a forte queda registada em 2012", frisa o Banco de Portugal. O supervisor acrescenta que "verificou-se também uma ligeira redução dos ‘spreads’ médios, interrompendo a trajectória de aumento dos anos anteriores".
A instituição liderada por Carlos Costa acrescenta ainda que estas conclusões são consistentes com aquelas que são reveladas pelo inquérito trimestral do Banco de Portugal aos bancos sobre as condições do mercado de crédito: "em 2013, não se registaram alterações na restritividade da oferta de crédito à habitação e a contracção da procura foi menor que no ano anterior, tendo mesmo estabilizado nos últimos dois trimestres do ano".