Notícia
Risco de Portugal desce para mínimos de Junho de 2010
A taxa de juro implícita nas obrigações portuguesas a cinco anos está a negociar em mínimos de 2005. Já o "spread" face à dívida alemã continua em queda.
A taxa de juro implícita nas obrigações portuguesas a dois anos está a descer 2,2 pontos base para 1,204%, tendo já negociado abaixo dos 1,2% esta manhã e aproximando-se do valor mais baixo desde 1999, de acordo com os preços genéricos da Bloomberg.
Na maturidade a cinco anos a descida é de 2,1 pontos para 2,620%, tendo já tocado nos 2,602%, o que corresponde ao valor mais baixo desde Setembro de 2005.
Já no prazo a 10 anos a queda é de 2,1 pontos para 3,832%, tendo também tocado no valor mais baixo desde Dezembro de 2009.
A queda das taxas de juro implícitas nas obrigações está a ser generalizada entre os países europeus, com excepção da Alemanha. O que está a colocar a percepção de risco dos países periféricos, nomeadamente de Portugal, em níveis mais baixos.
O prémio de risco que os investidores estão a exigir para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã (o chamado “spread”) está mais baixo, recuando esta segunda-feira, 7 de Abril, para 227,7 pontos base, o que representa o valor mais baixo desde Junho de 2010.
Os países europeus continuam a beneficiar do alívio de pressão sobre a Europa, depois da crise de dívida ter impulsionado os juros no mercado secundário, e beneficiam também das palavras do presidente do Banco Central Europeu (BCE).
Mario Draghi admitiu na última quinta-feira, 3 de Abril, após a reunião de governadores que ditou a manutenção do preço do dinheiro para a Zona Euro em 0,25%, que os responsáveis tinham discutido a compra de dívida pública e privada. Estas aquisições, designadas de “quantitative easing” (programa de expansão monetária), estão entre as medidas não convencionais que o BCE se mostrou disponível para utilizar - e que podem sustentar o recuo das "yields" destes países, e respectiva subida do preço, dada a maior procura.