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Portugal emite mais do que o previsto e baixa juros para mínimos de 2005 em leilão a 10 anos

O primeiro leilão de dívida de longo prazo após o final do programa da troika contou com procura forte. O IGCP optou por exceder os 750 milhões de euros previstos e emitiu 975 milhões. A taxa desceu para 3,25%

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Junho de 2014 às 10:40
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O Tesouro português emitiu 975 milhões de euros em dívida a vencer em 2024, no primeiro leilão de obrigações desde o final do programa da troika e a segunda emissão de dívida de longo prazo deste ano sem o apoio de um sindicato bancário.

 

Os títulos foram colocados a um preço que pressupõe uma rendibilidade de 3,2524%, abaixo dos 3,5752% suportados na última emissão a 10 anos feita pelo IGCP, a 23 de Abril. Em termos de taxa absoluta, trata-se da emissão a 10 anos com o custo mais baixo, pelo menos, desde 2005.

 

O intervalo previsto era de 500 a 750 milhões de euros, pelo que o IGCP excedeu o máximo pretendido em 30%.Apesar disso, a procura superou o montante colocado em 2,43 vezes, algo que os analistas já previam tendo em conta o forte apetite dos investidores por dívida dos países do Sul da Europa sobretudo desde que o BCE anunciou o pacote de medidas de estímulos a 5 de Junho.

 

"BCE tardou, mas cumpriu"

 

O impacto das medidas anunciadas pelo BCE é vasto, disseram os analistas antes desta operação. Desde o reiterar das taxas de juro baixas por mais tempo até às operações de refinanciamento a quatro anos, a taxa fixa, que serão realizadas no final do ano, "o BCE excedeu as elevadas expectativas do mercado", diz Michael Michaelides. "Tardou, mas finalmente anunciou as medidas que um banco central deve tomar", afirma o especialista.

 

A perspectiva de que a inflação está longe de se tornar um perigo para os investidores em obrigações e a promessa do BCE de "mais medidas, se for preciso" (leia-se, compra generalizada de activos e expansão monetária) estão a ser "música para os ouvidos" dos investidores.

 

Os juros de todos os países do Sul da Europa têm caído em todos os prazos, o que está a criar uma "janela" - aproveitada esta quarta-feira pelo IGCP - para avançar com os respectivos programas de financiamento. Primeiro leilão sem o "chapéu" formal da troika? Chumbos de medidas de redução da despesa pública pelo Governo? "Nada disso tem um impacto comparável" às implicações das mudanças históricas na política monetária do BCE, disse Lefteris Farmakis, analista do Nomura, na segunda-feira.

 

 

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