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Portugal capta 20% do financiamento de 2018

A primeira emissão sindicada realizada pelo IGCP permitiu ao Tesouro português financiar-se em 4.000 milhões de euros, com um custo do financiamento entre de 2,13%.

Bruno Simão
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Portugal estreou-se no mercado, em 2018,  com uma operação "notável". Numa emissão sindicada com uma forte procura, o IGCP conseguiu emitir 4.000 milhões de euros, com um dos custos de financiamento mais baixos de sempre. Com esta operação, o Tesouro conseguiu garantir 20% do valor que prevê emitir em obrigações, este ano.

O IGCP colocou esta quarta-feira 4.000 milhões de euros numa emissão de dívida sindicada a 10 anos (maturidade em Outubro de 2028), sendo que o preço final da operação ficou ligeiramente acima de 2,1%, beneficiando de uma forte procura por parte dos investidores. "É uma operação notável", adiantou Ciaran O’ Hagan ao Negócios. Para o estratego do Société Générale, é "notável que os juros tenham ficado tão baixos apesar da grande oferta", o que indica que as "yields" baixas "são sustentáveis".

O "initial pricing talks" (IPT), segundo a agência de notícias Bloomberg, arrancou nos 120 pontos base acima da taxa "mid-swap" do euro. O "guidance" foi revisto em baixa para 117 pontos base e o preço final acabou por ser fixado nos 114 pontos base, um valor confirmado pelo Negócios.

Ao aproximar-se o final da operação, a taxa "mid-swap" do euro a 10 anos estava nos 0,921% e a taxa a 11 anos nos 1,015%, o que coloca a taxa relevante para emissão desta quarta-feira, com maturidade em Outubro de 2028 (10 anos e 9 meses) nos 0,99%. A "yield" final, de acordo com a Bloomberg, foi fixada em 2,137%.

Esta evolução positiva beneficiou com a evolução da procura, que atingiu 18,85 mil milhões de euros no fecho da operação. Este valor inclui 2,375 mil milhões de euros de ordens dos bancos que fazem parte do sindicato bancário responsável pela operação. "Tão positivo como a taxa foi a forte procura: Portugal é dos países com um risco não muito elevado que paga melhor a quem nos empresta dinheiro", destacou Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa.

Face a este forte interesse dos investidores, o IGCP optou por colocar 4.000 milhões de euros, pelo que a procura superou em quase cinco vezes a oferta. Fontes contactadas pelo Negócios adiantaram na véspera que o objectivo passava por emitir no máximo 3.000 milhões de euros.

Ao colocar um montante tão elevado de operações numa só operação, o IGCP consegue garantir uma importante fatia das necessidades de financiamento para este ano. Segundo o programa de financiamento divulgado esta semana, o Tesouro poderá emitir até 20 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT). Ou seja, 20% deste valor já está assegurado. Além da emissão de OT, o IGCP pode ainda emitir Bilhetes do Tesouro até 17 mil milhões de euros.
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