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PCP defende a renegociação da dívida
Agostinho Lopes, do comité central do PCP, afirmou que "o problema não é juntar avaliações, é pôr fim à inaceitável ingerência externa na vida de um país", e defendeu a renegociação da dívida.
O dirigente comunista falava à agência Lusa a propósito do anúncio feito na quinta-feira pelo Governo que, face à actual situação política, pediu à 'troika' um adiamento da 8.ª avaliação, que deve ocorrer juntamente com a 9.ª avaliação, para concluir o programa de ajustamento dentro do prazo previsto.
"Mais avaliações para quê?", questionou Agostinho Lopes, segundo o qual, "ao fim de dois anos de 'troika', temos um desastre consumado e um falhanço total de receitas". Para os comunistas, "é necessário pôr fim a esta ingerência externa e assumir com toda a clareza a necessidade de renegociarmos a dívida".
A realização dos 8.º e 9.º exames regulares, adianta o comunicado do Ministério das Finanças, está prevista para o final de Agosto/início de Setembro.
A decisão já era esperada, depois do porta-voz do Fundo Monetário Internacional, Gerry Rice, ter afirmado hoje que estavam a decorrer negociações com as autoridades portuguesas sobre a data do início da próxima revisão do programa de ajustamento.
A revisão, que deveria começar na próxima segunda-feira, dia 15 de Julho, já ia começar mais tarde devido aos atrasos na conclusão da 7.ª avaliação que aconteceram, por sua vez, devido aos atrasos no plano de corte na despesa do Estado e ao 'chumbo' do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento do Estado para 2013.
Também hoje, o porta-voz dos Assuntos Económicos da Comissão Europeia, Simon O'Connor, tinha dito que estavam em curso negociações entre os parceiros da 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e as autoridades portuguesas, sem confirmar se o Governo tinha pedido adiamento da missão.