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Membro da Fed defende "prudência" na subida dos juros

Lael Brainard considera que, na actual conjuntura, continuam a subsistir vários motivos que recomendam especial cautela na retirada de estímulos da política monetária conduzida pela Fed norte-americana. Os investidores gostaram do discurso.

Bloomberg
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Lael Brainard (na foto), membro do conselho de governadores da Reserva Federal norte-americana, defendeu nesta segunda-feira a necessidade de a autoridade monetária actuar com "prudência" quando avaliar a possibilidade de retirar estímulos à actividade económica.

"A assimetria na gestão do risco, que é hoje trivial, aconselha prudência na remoção de políticas acomodatícias", disse a responsável em Chicago num discurso muito aguardado pelos investidores já que não haverá mais declarações públicas de membros da Fed até à próxima reunião de política monetária, agendada para 20 e 21 de Setembro.

O discurso de Brainhard era muito aguardado e foi bem recebido, já que a responsável da Fed veio atenuar os receios sobre uma subida rápida dos juros na maior economia mundo.

Estes receios, em conjunto com a manutenção da política monetária do BCE na quinta-feira, provocaram fortes perdas em Wall Street na sexta-feira e hoje nos mercados asiáticos e europeus. Contudo, depois das palavras de Brainard, as bolsas norte-americanas reforçaram os ganhos que já registavam desde os primeiros minutos de negociação.

Quando falta pouco mais de uma hora para o fecho da sessão, o Dow Jones sobe 1,23% para 18.308,15 pontos e o S&P500 ganha 1,37% para 2.156,95 pontos. O Nasdaq soma 1,48% para 5.201,9 pontos. 

Juros não sobem em Setembro

Não é a primeira vez que Lael Brainard, que integra o conselho de governadores da Fed desde 2014, defende a manutenção de uma política de juros virtualmente nulos, tendo hoje voltado a repetir que, num contexto em que a descida do desemprego não tem acelerado a inflação, "os argumentos para endurecer preventivamente a política (monetária) são menos convincentes".

Resta saber se a sua opinião será a dominante no seio da autoridade monetária presidida por Janet Yellen onde se cruzam várias sensibilidades. Na semana passada, o presidente da Fed de Boston, Eric Rosengren, advertiu que o banco central norte-americano está a esperar demasiado tempo para voltar a subir as taxas directoras, o que pode levar a um sobreaquecimento da economia dos EUA. 
Dennis Lockhart, presidente da Fed de Atlanta, disse, por seu turno, estar satisfeito com a garantia recebida de uma subida dos juros será precedida de "discussões sérias", tendo dado indicações de que tenderá a favorecer essa opção, ao afirmar que a pressão dos salários está a "acelerar e a alargar-se à medida que vamos chegando ao emprego total". O presidente da Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, por sua vez, disse numa entrevista que não vê urgência em tomar qualquer medida.

A missão da Fed é criar condições para uma taxa máxima de emprego e uma taxa de inflação em torno de 2%. Embora sinalizando a preferência pela manutenção do "status quo", Lael Brainard disse hoje que vê "sinais de progressos" em ambos.

Depois das palavras de Brainard, o mercado ajustou as suas expectativas sobre a próxima subida de juros. A probabilidade de um agravamento já na reunião da próxima semana baixou para 15%, face aos 24% registados na sexta-feira. Já à subida de juros em Dezembro é atribuída uma probabilidade de 54,5% (contra 59,2% na sexta-feira).
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