A remuneração que os investidores exigem para deter a dívida pública portuguesa está a descer na maior parte dos prazos para a maturidade. Nos prazos de dois a oito anos assiste-se à descida das taxas implícitas, enquanto no prazo de 10 anos a tendência é de subida.

Nas obrigações com dois anos para a maturidade a taxa implícita recua 2,2 pontos base para 3,525% e nas obrigações a cinco anos a descida é de 5,8 pontos base para 5,034%, segundo as taxas genérica da Bloomberg para o mercado secundário. Já a taxa de juros das obrigações a 10 anos sobe 1,2 pontos base para 6,119%.

A evolução das taxas portuguesas poderá estar a reflectir a possibilidade de uma descida das taxas directoras para a Zona Euro. As melhorias lentas da economia da região e o nível baixo da inflação poderá levar o Banco Central Europeu (BCE) a descer os juros, o que tem um reflexo maior nas taxas de curto prazo.

“Apesar dos sinais de melhoria na região do euro, os dados recentes da economia ainda são fracos”, disse o estratega Crédit Agricole Luca Jellinekk, à Bloomberg. “Isso e o declínio dos preços cobrados aos consumidores pode levar o BCE a preparar o terreno para uma descida dos juros nesta semana. Isso seriam boas notícias para os países da periférico, especialmente para as maturidades curtas”, explicou.

No resto da Europa, os juros oscilam sem uma tendência global depois de terem registado quedas na sexta-feira, aquando da divulgação da estimativa da inflação na Zona Euro do Eurostat, que deu conta de uma subida de 0,7% do nível geral dos preços em Outubro.

Em Itália, as obrigações a 10 anos negoceiam à taxa implícita de 4,114%, subindo 3,5 pontos base face ao nível em que encerraram a última sessão da semana passada. Os juros de França avançam 0,1 pontos base para 2,150% e os de Espanha ascendem 0,8 pontos base 3,979%.