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Juros de Itália em mínimos históricos após eleições regionais

Os juros transalpinos sofrem uma queda pela terceira sessão consecutiva, a reagirem às eleições regionais do passado fim-de-semana.

EPA
23 de Setembro de 2020 às 09:24
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Os juros da dívida italiana, uma das mais arriscadas no sul da Europa - a par da Grécia - estão a negociar em mínimos históricos a trinta anos, e muito perto desse patamar na "yield" a dez anos, reagindo assim às eleições regionais que trouxeram estabilidade governamental, de acordo com analistas.

As eleições, que decorreram entre domingo e segunda-feira, deram a vitória ao Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, em três regiões consideradas fundamentais, devido à ameaça da Liga. Na Toscana, uma das regiões que centrava as atenções nesta ida às urnas, o candidato do PD venceu uma disputa renhida com o rival de extrema-direita.

Para os analistas do ING, os resultados das eleições regionais "reduziram o risco político de curto prazo" com o PD a "reforçar a liderança".

Por esta razão, os juros transalpinos a trinta anos caíram quatro pontos base para os 1,75%, o que representa um mínimo histórico. O sentimento de quedas foi transversal em todas as maturidades da dívida, com a taxa de referência (a 10 anos) a aproximar-se também desse patamar com uma queda, pela terceira sessão consecutiva, de 3,8 pontos base para os 0,825%.
Assim, o "spread" para os juros da Alemanha, uma medida para o risco das obrigações italianas, caiu para um mínimo em mais de sete meses. 

Depois do resultado das eleições e do referendo nacional ter aprovado a redução do número de assentos no parlamento italiano de 945 para 600 uma eleição antecipada - um dos objetivos de Matteo Salvini, líder da extrema-direita - é agora menos provável.

Os juros em toda a Zona Euro estão a negociar em mínimos, com três reduções, nos três primeiros dias desta semana. A "yield" de referência para a região, a Alemanha, perde 1,5 pontos base para os -0,521%.

Na Península Ibérica, os juros de Portugal caem para mínimos desde fevereiro deste ano, com uma perda de 2,8 pontos base para os 0,224%. Situação semelhante se verifica em Espanha, com os juros a dez anos a negociarem abaixo de 0,2%.

A atual crise pandémica poderia provocar uma subida espontânea nos juros da dívida dos países do sul da Europa, trazendo de volta os fantasmas da crise de divida soberana do início da década. Contudo, a atuação do Banco Central Europeu (BCE), com sucessivas injeções na economia, tem conseguido não só controlar o mercado de dívida, como mantê-lo perto de mínimos.
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