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Fitch mantém “rating” de Portugal (act.)

A não concretização do Orçamento de 2014 é o maior risco para o "rating" de Portugal, bem como a instabilidade política. E neste aspecto, a agência salienta a postura que tem sido adoptada pelo PS que, se Portugal precisar de receber algum apoio no final do programa de ajuda, será chamado a participar. No que se refere ao Orçamento, o Tribunal Constitucional é a maior ameaça para a sua implementação.

23 de Outubro de 2013 às 17:23
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A Fitch manteve o “rating” de Portugal em “BB+”, o que corresponde ao primeiro nível de “lixo” da escala, ou seja, o investimento em Portugal é considerado especulativo. O “outlook” também foi mantido em “negativo”.

 

A manutenção do “rating” reflecte os progressos observados no âmbito do programa de ajustamento português e ao “compromisso demonstrado pelo Governo de disciplina orçamental”, apesar de alguns reveses institucionais e políticos. E, acima de tudo, porque a economia “recuperou recentemente e a Fitch prevê um crescimento em 2014”, de acordo com uma nota de análise divulgada esta quarta-feira.

 

“Contudo, os riscos políticos e de implementação [das medidas de austeridade] permanecem elevados e justificam, no nosso entender, a manutenção do ‘outlook’ negativo”, adiantam os analistas.

 

“Portugal é caracterizado por grandes desequilíbrios orçamentais, endividamento elevado e sofreu, nos últimos seis anos, de um desempenho económico fraco”, um contexto que torna Portugal “particularmente vulnerável a choques adversos”. A Ficth diz mesmo que esta é a razão para Portugal continuar com o actual “rating”, “apesar do seu rendimento per capita alto relativamente” aos países que têm uma notação de lixo.

 

No que se refere ao défice do país, a agência de notação financeira prevê que o défice orçamental de 2014 seja de 4,5% e não de 4% como o que está acordado com a troika e que consta na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano. A Fitch considera que o Orçamento para o próximo ano deverá ter “um efeito menos prejudicial sobre o PIB do que os anteriores”.

 

A Fitch reviu mesmo em alta as suas previsões para a economia nacional. Assim, depois da “surpresa” do segundo trimestre do ano, em que a economia cresceu, a agência prevê agora que a contracção económica se situe nos 1,8%, este ano, menos do que os 2,6% estimados em Junho, e que em 2014 a economia cresça 0,2%.

 

Do lado dos riscos, a agência destaca os riscos de implementação do Orçamento do Estado, sendo que nesta questão o maior risco é o Tribunal Constitucional chumbar algumas medidas e impossibilitar o cumprimento das metas acordadas cm a troika.

 

Além desta questão, há ainda o risco político que “permanece elevado”, referindo-se ao facto de o PS se ter demonstrado contra, por diversas vezes, algumas medidas do programa de consolidação orçamental. E, apesar desta postura, o PS “deverá ser envolvido nas negociações” para o país obter “ajuda adicional quando o actual programa terminar”, salientam os analistas.

 

(Notícia actualizada às 18h15 com mais informação)

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