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Fed mantém taxas de juro e sinaliza subida até final do ano

A instituição liderada por Janet Yellen manteve a sua taxa directora inalterada, mas realçou que uma subida de juros é provável ainda este ano, destacando uma maior robustez da economia.

8. Janet Yellen, presidente da Reserva Federal dos EUA
Bloomberg
21 de Setembro de 2016 às 19:02
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Tal como já era esperado pelo mercado, a Reserva Federal dos EUA decidiu manter esta quarta-feira a sua taxa de juro inalterada num intervalo entre 0,25% e 0,50%. A instituição prefere esperar por mais evidências antes de agir, mas avisa que uma subida de juros é muito provável antes do final do ano, com a economia a dar sinais de maior equilíbrio.

"O comité considera que o cenário para um aumento na taxa dos fundos federais se fortaleceu mas decidiu, por agora, esperar por mais evidências da continuação do progresso à volta dos seus objectivos", escreveu a Fed num comunicado divulgado esta quarta-feira, 21 de Setembro, onde justifica ter mantido a sua taxa directora inalterada pela sexta vez consecutiva. Esta decisão já era esperada pelo o mercado, que apenas estava a atribuir uma probabilidade de 20% a uma subida de juros no encontro de hoje.

A maioria dos especialistas estava a apostar manutenção das taxas, antecipando, porém, uma indicação sobre a próxima subida de juros no país. E foi precisamente isso que aconteceu neste encontro. Numa decisão que não foi consensual, o comité deixou em aberto uma subida de juros até ao final do ano, referindo que "os riscos de curto prazo para o 'outlook' económico parecem em termos gerais equilibrados".

Três membros da Fed votaram a favor de uma subida dos juros já no encontro de hoje, o que mostra a cada vez maior divisão em torno deste assunto. A presidente da Fed do Kansas, Esther George, de Cleveland, Loretta Mester, e de Boston, Eric Rosengren, foram os membros do comité que defenderam um agravamento da taxa de referência.

Menos subidas em 2017

A instituição liderada por Janet Yellen reviu ainda as suas previsões de mexidas nos juros no próximo ano. Prestes a falhar o seu objectivo de subir por quatro vezes as taxas este ano, tal como previa no final de 2015, a instituição antecipa agora dois agravamentos dos juros em 2017, contra os três previstos em Junho.

Ainda que tenha adiado a decisão para o final do ano, a instituição destaca melhorias no mercado laboral. "Ainda que a taxa de desemprego esteja pouco alterada nos meses recentes, a adição de postos de trabalho tem sido sólida, em média", isto ao mesmo tempo que "o consumo tem estado a crescer fortemente". A Fed continuará, porém, a "monitorizar de perto os indicadores de inflação e os desenvolvimentos económicos e financeiros globais".

Quanto ao ritmo de subida dos juros, o comité da Fed reiterou que o agravamento dos custos de financiamento será "apenas gradual", tal como os especialistas têm vindo a antecipar

O Bank of America Merrill Lynch antecipava antes da reunião que "a comunicação do Comité Federal de Mercado Aberto deverá ser consistente com uma subida antes do final do ano, mas a mensagem deverá soar cautelosa". Para o banco de investimento, Janet Yellen terá a difícil tarefa de fazer um discurso em que deixe em aberto uma mexida na taxa de juro em Dezembro, mas sempre dependente da melhoria dos indicadores económicos, de modo a tranquilizar os investidores.

Ainda que vários membros da Fed tenham admitido durante o mês de Agosto a possibilidade de uma subida da taxa de referência na reunião de Setembro, a divulgação de alguns indicadores desapontantes e o discurso de Lael Brainard, membro do conselho de governadores da Fed, alertando para a necessidade de "prudência" na subida de juros veio diminuir a expectativa em torno de uma decisão mais agressiva esta quarta-feira.

Depois de ter subido os juros em Dezembro do ano passado pela primeira vez em quase uma década, o banco central norte-americano não voltou a mexer na sua taxa directora. Factores como o abrandamento da economia global, o Brexit e as preocupações em torno da China têm levado a instituição a adiar a decisão, obrigando a Fed a rever as suas previsões iniciais de subir os juros por quatro vezes em 2016.

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