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OCDE alerta: Juros demasiado baixos criaram distorções nos mercados
Na tentativa de reanimar a actividade económica, os bancos centrais carregaram sobre os ombros uma responsabilidade excessivamente pesada. Juros excepcionalmente baixos são neste momento um remédio que arrisca provocar males maiores, avisa a OCDE.
A "economia mundial caiu numa "armadilha de baixo crescimento" e demasiada responsabilidade foi colocada sobre os ombros dos bancos centrais para tentar contrariar este quadro.
Neste momento, 35% da dívida soberana emitida pelos mais de 30 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está a ser transaccionada a taxas negativas, mas esta janela de oportunidade não tem sido aproveitada pelos governos que aliviaram o esforço de reforma estrutural do funcionamento das suas economias. Conclusão: as "taxas de juros excepcionalmente baixos geraram distorções financeiras e riscos" – e a economia continua sem animar.
"Há riscos de volatilidade e de inversões abruptas nos mercados de activos" e "este contexto irá penalizar as instituições financeiras no longo prazo". O
"A política monetária está sobrecarregada. Os países devem implementar medidas de política orçamental e estruturais para reduzir a dependência excessiva dos bancos centrais e garantir oportunidades e prosperidade para as gerações futuras", sublinha a economista-chefe da OCDE Catherine Mann. Os governos, aconselha, devem articular-se para usar o espaço orçamental de que disponham para "promover no imediato a actividade privada e impulsionar o crescimento de longo prazo" e "implementar políticas estruturais para assegurar o comércio e o investimento".
No rescaldo da crise financeira deflagrada em 2007, os principais bancos centrais, designadamente o BCE, a Fed e o Banco do Japão, flexibilizaram progressivamente as suas políticas e, neste momento, oferecem taxas de juro virtualmente nulas e estão no mercado com programas de compra de activos de larga escala.