Em três meses, o Estado arrecadou cerca de 850 milhões de euros com os novos certificados do Tesouro. Com uma forte procura no mês de estreia (Novembro), a subscrição líquida destes produtos de poupança abrandou no mês de Natal mas reconquistou fulgor no primeiro mês de 2014.

Em Janeiro, foram aplicados 213 milhões de euros em Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), o produto de poupança a cinco anos cuja taxa bruta chega a 5% e pode até superar esse valor consoante a evolução do produto interno bruto.

Ao mesmo tempo, foram retirados 2 milhões de euros dos produtos Certificados de Tesouro nesse mês. Contudo, esta rubrica engloba os CTPM, estreados a 31 de Outubro, mas também os antigos Certificados do Tesouro (que já não são comercializados mas que podem ser resgatados pelos investidores). O valor líquido aplicado é, portanto, de 211 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

Este valor junta-se aos 185 milhões de euros líquidos arrecadados em Dezembro, aos 426 milhões de euros de Novembro e ainda aos 33 milhões que foram subscritos logo no primeiro dia, 31 de Outubro. Ao todo, o valor aplicado em CTPM ascende a, pelo menos, 855 milhões de euros. Na verdade, o montante pode ser ligeiramente superior, mas como o IGCP não discrimina se os resgates são referentes aos novos ou aos antigos Certificados do Tesouro, não é possível fazer esse cálculo.

Com um CTPM, os portugueses subscrevem um produto de poupança (a subscrição é uma forma de investir na dívida de Portugal) e, ao mesmo tempo, o Estado consegue financiar-se (o país encaixa o dinheiro recebido).  

Poupança Mais representa 65,5% dos Certificados

Os portugueses aplicaram, em Janeiro de 2014, 211 milhões de euros nos CTPM. O valor é líquido (resulta da diferença entre novas subscrições e resgates). Somando a este valor, encontram-se os 111 milhões de euros líquidos aplicados nos Certificados de Aforro (que depois de terem perdido força, ganharam atractividade no ano passado com o prémio extraordinário atribuído).

O montante líquido aplicado resulta da emissão de Certificados do Aforro avaliados em 174 milhões de euros e do resgate de 63 milhões em Janeiro.

Os CTPM representam 65,5% do valor investido nestes dois produtos no primeiro mês do ano. Ainda assim, no saldo acumulado, os Certificados do Aforro têm uma maior importância: estão, em carteira, 10.242 milhões de euros aplicados no Aforro e 2.372 milhões investidos nos produtos do Tesouro (CTPM e os antigos Certificados do Tesouro).