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Bancos antecipam regras menos duras na concessão de crédito ao consumo
Instituições financeiras não antecipam grandes mudanças no acesso ao financiamento para a compra de habitação, mas reconhecem que a restritividade no que respeita ao consumo pode ser aliviada.
Os bancos dizem que têm mantido os critérios de concessão de crédito aos particulares, tanto para a habitação como para o consumo. Ou seja, que a restritividade mantém-se. Mas mais no que respeita à compra de casa já que para o consumo houve instituições que, revela o Banco de Portugal, aligeiraram as “regras”. E, dado o contexto macroeconómico, admitem continuar a fazê-lo o que fará crescer este segmento, acreditam.
“No trimestre em análise, os bancos inquiridos reportaram que, em termos gerais, não registaram alterações nos critérios de aprovação de empréstimos a particulares”, refere o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito realizado pelo Banco de Portugal. Mas nos créditos ao consumo, onde a taxa de incumprimento está em recorde, houve algum alívio.
“Nos créditos ao consumo e outros fins, duas instituições indicaram que as expectativas quanto à actividade económica geral contribuíram para tornar os mesmos ligeiramente menos restritivos, sendo que uma instituição referiu, no mesmo sentido, a capacidade dos consumidores assegurarem o serviço de dívida”, revela o Banco de Portugal.
“Para o próximo trimestre, os bancos antevêem a manutenção dos critérios de aprovação de empréstimos a particulares dirigidos para o crédito à habitação”, acrescenta o regulador do sector financeiro português. Mas destaca: “para o crédito ao consumo e outros fins, duas instituições antecipam uma diminuição da restritividade”.
Habitação mantém-se. Consumo deve aumentar
A menor restritividade no que respeita aos critérios para a concessão de crédito ao consumo deverá, acreditam os bancos inquiridos pelo Banco de Portugal, contribuir para um aumento na procura das famílias portuguesas por este tipo de financiamento. No caso da habitação, a perspectiva é de uma manutenção da procura nos níveis actuais.
“A confiança dos consumidores contribuiu positivamente para o aumento da procura de empréstimos, tendo sido referido por uma instituição no caso de empréstimos à habitação e por duas instituições nos empréstimos ao consumo e outros fins”, nota o Banco de Portugal.
“Nos próximos três meses, prevê-se que a procura tanto de empréstimos para aquisição de habitação como para consumo e outros fins se mantenha sem alterações significativas, podendo ocorrer um ligeiro aumento da mesma especialmente no crédito ao consumo e outros fins”, conclui.