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Banco Central da Suíça mantém taxa de juro negativa apesar das críticas crescentes

O Banco Central da Suíça decidiu manter as taxas de juro em mínimos históricos, de -0,75% e enfrenta cada vez mais críticas.

Thomas Jordan, presidente do Banco Nacional da Suíça
12 de Dezembro de 2019 às 10:21
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O Banco Central da Suíça decidiu manter as taxas de juro num mínimo histórico e reiterou a possibilidade de novas intervenções nesta quinta-feira, 12 de dezembro, numa altura em que a política monetária suíça é alvo de cada vez mais críticas. 

Ao manter as taxas de juro em -0,75%, a Suíça, a par com a Dinamarca, continua a ter a taxa mais baixa do mundo. A estratégia passa por conter a apreciação do franco que, reiterou o Banco Central, está "altamente valorizado".

A decisão significa que as taxas negativas na Suíça estão prestes a entrar no quinto ano e sem sinais de mudanças em breve. A política da zona euro também está ultraexpansionista. E a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, prepara-se para dar hoje a sua primeira conferência de imprensa depois de ter assumido o cargo.

Com um franco forte a empurrar a inflação para baixo, o presidente do banco central suiço, Thomas Jordan, tem-se mostrado irredutível na opinião de que uma política agressiva é essencial. 

Mas o setor financeiro tem mostrado uma oposição forte, exigindo uma alteração nas taxas de juro dos depósitos. Os credores dizem que as margens estão sob pressão, a Associação de Bancos da Suíça argumentou que as taxas negativas já não são necessárias e um inquérito liderado pelo UBS concluiu que mesmo as empresas exportadoras consideram que a política monetária está a dificultar mais do que ajudar. 

O franco valorizou-se mais de 3% face ao euro este ano devido aos maiores riscos globais e perante a política de flexibilização decidida pelo BCE em setembro. A moeda suíça tem estado relativamente estável, embora o risco de uma nova valorização permaneça, o que traria dores de cabeça para o setor industrial, que sofreu uma quebra nas encomendas, também em resultado das tensões comerciais e das dificuldades do setor automóvel alemão. 

As últimas previsões do banco central refletem essas preocupações, estimando um crescimento económico de apenas 1% e uma intervalo de previsão entre 1,5% e 2% em 2020. A inflação estimada é de 0,1% em 2020 e de 0,5%, no ano seguinte.
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