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Portugal emite 1.007 milhões com juros mais baixos

O instituto liderado por Cristina Casalinho colocou um montante ligeiramente superior ao previsto. Isto num duplo leilão que alcançou taxas de juro mais baixas na maturidade a cinco anos, face ao registado no início de Março.

Miguel Baltazar/Negócios
23 de Março de 2016 às 10:49
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou 1.007 milhões de euros no leilão de obrigações do Tesouro (OT) realizado esta quarta-feira, 23 de Março. Uma dupla operação na qual o instituto liderado por Cristina Casalinho emitiu dívida a cinco e 14 anos, tendo conseguido reduzir a taxa de juro na maturidade mais curta.

Após ter colocado 594 milhões de euros em dívida a cinco anos no início do mês, o Tesouro emitiu agora mais 504 milhões. Para estes títulos, o IGCP conseguiu fixar uma taxa de juro de 1,84%, inferior aos 2,0326% registados no início do mês. Mas também aos 1,866% a que actualmente negoceiam no mercado. Melhor foi também a procura relativa, que passou de um rácio face à oferta de 1,54 vezes para 1,76 vezes.

Já o montante colocado na linha de OT que atinge a maturidade em 2030 foi semelhante. Neste caso, o instituto liderado por Cristina Casalinho optou por emitir 503 milhões de euros a uma taxa de juro de 3,362%. Este é o primeiro leilão que o Tesouro realizada nesta linha de títulos, pelo que não há uma operação comparável. Mas o resultado é positivo, se comparado com a taxa implícita a que os títulos negoceiam actualmente no mercado secundário (3,377%). 

Feitas as contas, Portugal financiou-se esta quarta-feira em mais 1.007 milhões de euros. Um montante que ficou ligeiramente acima do máximo indicativo de 1.000 milhões. Com esta operação, o IGCP deu mais um passo no programa de financiamento de 2016, para o qual já conseguiu alcançar 5.147 milhões de euros em emissões líquidas de dívida de médio e longo prazo.

Este leilão acontece numa sessão em que os juros da dívida portuguesa estão a subir em todas as maturidades no mercado secundário. Após duas sessões em que negociou praticamente inalterada, a taxa de juro das OT a 10 anos está a subir esta quarta-feira 1,9 pontos base para 2,942%.

"Resultado notável" com "rede de suporte do BCE"

Após as acentuadas subidas registadas em Fevereiro, os juros da dívida soberana portuguese têm vindo a recuar no mercado secundário. Mas Filipe Silva destaca que "o mais importante nesta emissão é que é com dívida de longo prazo que Portugal baixa o custo médio do seu financiamento".

Por isso, explica director da gestão de activos do Banco Carregosa, "considero estas taxas muito favoráveis para o país que vão baixar esse custo". E destaca que "os investidores continuam interessados em comprar dívida pública", numa altura em que Portugal beneficia da "rede de suporte que o Banco Central Europeu tem sido" com o programa de compras de activos.

Já Steven Santos considera que a operação teve um "resultado notável, se considerarmos que os juros exigidos baixaram na linha a cinco anos". O gestor do Banco de Investimento Global nota que "Portugal tem beneficiado de uma queda expressiva dos juros no mercado secundário", numa altura em que "os investidores estão a descontar compras aceleradas do BCE a partir de Abril e a tentar comprar já títulos com maior rendimento".

(Notícia actualizada às 11:52, com os comentários dos analistas)

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