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Portugal angaria 1.830 milhões com dívida de curto prazo

O IGCP colocou mais do que os 1.500 milhões de euros que pretendia, num leilão duplo em que não registou taxas de juro negativas. A procura dos investidores ascendeu a quase três mil milhões.

Miguel Baltazar
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Portugal voltou a colocar mais dívida do que o previsto. Num leilão de dívida de curto prazo, o IGCP vendeu um total de 1.830 milhões de euros, com os bilhetes do Tesouro (BT) a alcançarem uma taxa de 0,021%. Já o juro no prazo a 12 meses ficou nos 0,043%, sendo que a operação atraiu uma procura global de quase três mil milhões. 

A taxa alcançada na maturidade a seis meses, prazo no qual o instituto liderado por Cristina Casalinho colocou 520 milhões de euros em bilhetes do Tesouro, ficou próxima dos -0,009% registados na última operação comparável, em Março. No caso do prazo a 12 meses, a taxa também não baixou de zero.

Portugal conseguiu colocar 1.310 milhões de euros em títulos com este prazo, alcançando uma taxa de juro média de 0,043%. Este valor fica também próximo do registado na última operação, quando o Tesouro vendeu 1.285 milhões com uma taxa de 0,05%. Assim, Portugal volta a não conseguir emitir dívida com taxas negativas. A última vez que o fez nestas maturidades foi em Janeiro.

Feitas as contas, o instituto liderado por Cristina Casalinho colocou um total de 1.830 milhões de euros em dívida de curto prazo. Um montante que fica bastante acima dos níveis normais neste tipo de títulos, sendo que o Tesouro tinha já colocado um valor significativo na última operação equivalente: 1.728 milhões de euros.

Tanto numa como na outra maturidade, a procura registada pela dívida nacional foi elevada. No prazo a seis meses, as ofertas superaram em 1,91 vezes os títulos de dívida efectivamente colocados, já no caso dos títulos com o prazo a 12 meses registou-se uma procura de 1,46 vezes a oferta. No total, os investidores licitaram por 2.910 milhões de euros de dívida nacional.

Esta foi a quinta dupla operação com bilhetes do Tesouro em 2016. Entre Janeiro e Abril, o IGCP já emitiu um total de 5.628 milhões de euros em dívida de curto prazo, um montante 13% superior ao registado em igual período de 2015. Contudo, de acordo com o programa de financiamento, o objectivo é chegar ao final do ano com saldo nulo, ou seja, as emissões apenas vão reembolsar dívida que atinge a maturidade.

Não haverá, na realidade, uma emissão líquida destes títulos, isto num ano em que o Governo conta com um maior apetite dos pequenos investidores pela dívida nacional. Nos primeiros quatro meses, em certificados de aforro e do Tesouro foram captados mais de 1.200 milhões de euros. E com as OTRV foram obtidos mais 750 milhões apesar da procura ter chegado a 1.234 milhões.


(Notícia actualizada às 10:52, com mais informação)

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