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Portugal emite dívida a dez anos ao custo mais baixo de sempre e assegura 55% do financiamento de 2019

A agência liderada por Cristina Casalinho (na foto) voltou ao mercado para emitir dívida a 10 anos ao juro mais baixo de sempre. A procura foi mais baixa.

Pedro Elias
08 de Maio de 2019 às 10:39
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O Tesouro português regressou esta quarta-feira, 8 de maio, ao mercado de dívida de longo prazo com uma emissão em que pagou o juro mais baixo de sempre. O IGCP, instituto que gere a dívida pública portuguesa, encaixou 800 milhões de euros a dez anos a uma taxa de juro de 1,059%, o que compara com os 1,143% da emissão de abrilA procura superou 1,88 vezes a oferta, menos do que o rácio de 2,28 da emissão anterior comparável.

Na emissão a 15 anos, Portugal financiou-se em 450 milhões de euros a uma taxa de juro de 1,563%, abaixo dos 2,045% da emissão comparável realizada em fevereiro. A procura foi 1,9 vezes superior à oferta, menos do que o rácio de 2,29 da emissão anterior comparável.

Já era expectável esta melhoria da taxa de juro exigida pelos investidores. No mercado secundário ainda hoje os juros a dez anos da dívida portuguesa voltaram a atingir mínimos históricos, negociando abaixo dos 1,1%. Os analistas consultados pelo Negócios também estavam otimistas assim como o Commerzbank.

"Apesar de termos tido algum ruído político nos últimos dias, tal não veio afetar o risco do país", considera Filipe Silva do Banco Carregosa, numa nota enviada às redações após a emissão. Para o analista "emitir dívida de longo prazo e com este custo é muito positivo para o país e continuará a permitir ir reduzindo o custo do serviço de dívida". 

No total, o IGCP colocou 1.250 milhões de euros. Com esta emissão, Portugal assegura 55% das necessidades do financiamento do país para 2019. Os cofres ficam assim "cheios" com mais 8.500 milhões de euros, metade dos 15.400 milhões de euros em obrigações do Tesouro fixados para emitir este ano.

Na prática, as emissões a juros cada vez mais baixos tornam a dívida portuguesa mais barata face ao passado recente. No primeiro trimestre deste ano, o custo da dívida emitida situou-se nos 1,7%, o que representa um novo mínimo histórico (pelo menos desde 2010).

O custo do "stock" da dívida pública portuguesa baixou em 2018 pelo quarto ano consecutivo. Ao todo, o endividamento custou 2,8% no ano passado, abaixo dos 3% de 2017. Este é um novo mínimo, pelo menos, desde 2010 (3,5%).

Portugal beneficia não só da política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE) como das melhorias do rating da República, do pagamento antecipado de dívida mais cara como foi o caso do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do facto das obrigações soberanas serem o "refúgio" dos investidores perante a incerteza nos mercados bolsistas. 

(Notícia atualizada pela última vez com com mais informação e as declarações de Filipe Silva às 11h22)
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