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Portugal coloca 1.000 milhões de euros em duplo leilão com taxas mais altas na operação mais longa

O Tesouro nacional concluiu uma nova emissão de dívida em que encaixou a quantia máxima que propôs. As taxas subiram na maturidade mais longa, mas caíram na de menor duração.

Cristina Casalinho, presidente do IGCP, vai testar o mercado com a primeira emissão do ano.
Miguel Baltazar
10 de Novembro de 2021 às 10:53
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Portugal encaixou 1.000 milhões de euros num duplo leilão de dívida a dez e 16 anos realizado na manhã desta quarta-feira, dia 10 de novembro, com a procura a superar a oferta, mas um aumento de taxas de juro adjacentes, de acordo com o IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

Na maturidade mais curta, o Tesouro nacional colocou 686 milhões de euros com um juro de 0,314% numa operação cujo prazo expira em 17 de outubro de 2031, que compara com a "yield" de 0,397% no leilão anterior comparável. A procura por esta emissão superou em 1,46 vezes a oferta, o que representa uma leve diminuição face ao leilão anterior (1,52).

Na segunda operação, com um prazo maior, o IGCP anunciou que se encaixaram 314 milhões de euros com uma "yield" de 0,622%, tendo subido face aos 0,472% da última operação semelhante. A procura superou em 2,1 vezes a oferta, dando a entender que o apetite pela dívida nacional permanece. A maturidade é de abril de 2037.

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O resultado de ambos os leilões mostram que o prémio de risco de Portugal continua a ser apenas impactado pelo movimento das dívidas soberanas europeias. O Banco Central Europeu iniciou o processo de abrandamento de compras no programa de compras de emergência pandêmica, que levou numa fase inicial a uma subida de yields, mas que parece ter estabilizado", diz Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

Acrescenta que "esperam-se taxas mais elevadas para 2022, mas tal irá depender da atuação do BCE, bem como do desempenho das economias. A inflação tem criado uma pressão extra sobre os bancos centrais, uma vez que está a ser mais prolongada do que o que inicialmente se esperava. Apesar de tudo, Portugal continua a emitir com taxas historicamente baixas e que muito têm contribuído para a diminuição do custo médio da dívida portuguesa".

O objetivo para o duplo leilão de obrigações do Tesouro (OT) desta quarta-feira era de arrecadar entre 750 e 1.000 milhões de euros, pelo que se conseguiu atingir o teto máximo. 

A operação de hoje não estava prevista no calendário, tendo sido marcada na sexta-feira. Acontece uma semana antes de uma outra emissão de dívida, que estava já marcada para o dia 17 de novembro, mas de bilhetes do Tesouro (BT), em que Portugal prevê arrecadar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros, num duplo leilão de 6 e 12 meses.

Em declarações ao Negócios, o
 IGCP diz não vai alterar a sua estratégia, nem o calendário de emissões de dívida nacional, após o chumbo do Orçamento do Estado (OE) e das consequentes eleições legislativas antecipadas.

A instituição refere que "a capacidade de emissão do IGCP não fica afetada pelo chumbo do OE nem pela convocação de eleições" e que "existe um calendário que cumpre respeitar no que a comunicações ao mercado refere".
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