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OTRV atraem 2.000 milhões de procura

O Estado reviu em alta o montante a emitir na oferta de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável. Mas nem assim o valor será suficiente para satisfazer a procura. Estes títulos já atraíram tanto dinheiro como os certificados.

Pedro Elias
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É uma autêntica corrida às obrigações por parte dos investidores de retalho. Desde que a oferta de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) arrancou a 20 de Julho, já foram subscritos cerca de 2.000 milhões de euros. Só no primeiro dia de subscrição, as ordens tinham rondado os mil milhões.

O rácio da procura sobre a oferta está em linha com a emissão de OTRV em Maio, que se situou em 1,62 vezes, apurou o Negócios. Tendo em conta o montante a emitir, que foi revisto esta terça-feira de 500 milhões para 1.200 milhões de euros, a procura situa-se em 1.944 milhões de euros.

O momento escolhido pelo Estado para avançar com a segunda emissão de OTRV coincide com um período em que tende a aumentar o rendimento disponível. Não só muitas famílias recebem o subsídio de férias e o reembolso de IRS, como é a altura em que regista uma maior afluência de emigrantes.

Além disso, a procura é também impulsionada  pelo contexto de baixas taxas de juro, que diminuiu a atractividade de muitas aplicações disponibilizadas pelos bancos, como os depósitos.

OTRV apanham certificados

Em Maio, o Estado tinha já angariado 750 milhões de euros com este novo instrumento de dívida junto do retalho. A juntar aos 1.200 milhões de euros que encaixará com a actual oferta, o montante captado aumenta para 1.950 milhões de euros.

Apesar de serem um produto recente, estas obrigações direccionadas para o retalho estão a ganhar relevância e já disputam o título de instrumentos preferidos pelos portugueses para financiar o Estado.

Os certificados de aforro  (CA) e os certificados do tesouro poupança mais (CTPM) captaram, líquidos, 1.859 milhões de euros até final de Junho, data dos dados mais recentes. Segundo uma apresentação do final de Julho feita pela agência que gere o crédito público, o IGCP, esse valor rondava os 1.900 milhões de euros.

Isto apesar dos CTPM pagarem uma taxa efectiva ilíquida de 2,23% para quem detenha o produto por cinco anos.  As OTRV em oferta têm a mesma maturidade e garantem uma taxa de juro anual nominal bruta mínima de 2,05%. A essa taxa poderá ser acrescido o valor da Euribor a seis meses, mas este indexante está em terreno negativo actualmente.

No entanto, as OTRV, que são subscritas através dos bancos, vêem ainda a rentabilidade ser afectada pelas comissões cobradas pelas entidades financeiras.

Segundo a Deco Proteste, pesados os prós e os contras "no actual contexto de baixas taxas de juro, os CTPM são mais apelativos para montantes mais reduzidos devido à ausência de custos" com comissões bancárias.

Prazo para alterar ordens termina hoje

Com a nova oferta de OTRV a correr a todo o vapor, os investidores têm apenas até esta quinta-feira às 15 horas para alterarem ou cancelarem as ordens que já tenham dado para subscrever aqueles instrumentos. O período da oferta decorre depois até 9 de Agosto e no dia seguinte serão conhecidos os resultados da operação.

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