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Morgan Stanley contraria Buffett e Goldman ao recomendar aposta nas obrigações  

Morgan Stanley dá por terminado o período de subida dos juros nas obrigações e recomenda a aposta nos títulos de prazos mais longos.  

Bloomberg
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 26 de Fevereiro de 2018 às 11:13

O movimento de correcção nas obrigações que teve início em Setembro e acelerou em Janeiro está perto do fim. A convicção é do Morgan Stanley, que contraria as perspectivas recentes de Warren Buffett e do Goldman Sachs.

 

"Pensamos que soou a campainha para o melhor do ‘bear market’ nas obrigações de maturidades longas", refere a Morgan Stanley num relatório assinado por Matthew Hornbach, responsável máximo pela unidade de research de taxas de juro do banco, acrescentando que dá preferência ao investimento nos títulos de prazos mais longos.

 

Nos últimos meses a "yield" das obrigações soberanas dos Estados Unidos a 10 anos aumentou um ponto percentual e a expectativa de que a tendência de alta irá continuar gerou uma correcção violenta nos mercados accionistas no início de Fevereiro.  As últimas sessões têm sido marcadas por recuperação nas bolsas e alívio nos juros das obrigações.  

 

Em 2016, Matthew Hornbach declarou que esse seria o ano dos "bulls" no mercado obrigacionista e a sua recomendação ganhou destaque pois quatro meses depois de ter sido publicada a "yield" das obrigações norte-americanas a 10 anos atingiu um mínimo histórico. Ainda assim não chegou aos 1% estimados pelo analista do Morgan Stanley.

 

Agora Hornbach está a sugerir aos investidores que apostem nas obrigações com maturidades mais longas, estimando que o "spread" entre os títulos a 2 e 30 anos vai estreitar-se face ao nível actual (92 pontos base). A "yield" das obrigações dos EUA a 2 anos situa-se actualmente em 2,23% e o juro dos títulos a 30 anos está nos 3,15%.

 

Os juros das obrigações dos EUA a 10 anos estão hoje a recuar 1,8 pontos base para 2,86%, afastando-se do máximo de quatro anos fixado a semana passada muito perto dos 3%.

Esta recomendação contrasta com a visão de Warren Buffett e do Goldman Sachs. O investidor dono do Berkshire Hathaway alertou este sábado, na carta anual que envia aos accionistas, que os investidores de longo prazo não devem apostar nas obrigações com o intuito de reduzir o risco das suas carteiras.

 

"Para os investidores com perspectivas de longo prazo é um erro terrível medir o risco da sua carteira pelo rácio entre as obrigações e acções", refere Buffett, assinalando que "muitas vezes, obrigações de elevada qualidade aumentam o risco dos portfolios", pois a sua rendibilidade é mais do que anulada pela inflação.

 

Também o Goldman Sachs deixou este fim-de-semana um alerta sobre as obrigações norte-americanas estimando que prossigam em queda nos próximos tempos e elevando os juros para novos máximos.

 

O cenário central do Goldman Sachs aponta para que a taxa de juro das obrigações dos EUA a 10 anos suba para 3,25%, no final do ano. Mas o banco de investimento realizou testes de stress, apontando para uma subida de juros para os 4,5%, o que ditaria quedas acentuadas nas bolsas americanas.

 

"Uma subida de juros para 4,5% até ao final do ano, poderá causar uma queda no preço das acções entre 20% a 25%", revela o Goldman Sachs numa nota citada pela Bloomberg. Estes cálculos têm por base o pico atingido pelo S&P500 no final de Janeiro (2.872,87 pontos).

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