Os juros da dívida soberana portuguesa estão novamente em alta esta quinta-feira, 30 de Junho. Após o alívio registado nas últimas duas sessões, a taxa das obrigações portuguesas está agora a subir 3,7% pontos para 3,122%. Apesar de ser um desempenho pouco significativo, este é comum a todas as maturidades. É que as "yields" das obrigações a dois e cinco anos estão a subir, respectivamente, 1,4 pontos para 0,67% e 2,3 pontos para 1,906%.

Mas os investidores estão a fugir da dívida soberana de toda a periferia da Zona Euro. Os juros de Espanha e Itália estão também a subir em todas as maturidades, com destaque para este último. A taxa a dez anos das obrigações italianas está a avançar 4,2 pontos para 1,413%, ao passo que a "yield" de Espanha sobe 2,3 pontos para 1,279%.

Também em alta estão a negociar os juros da dívida alemã. Após ter recuado na última sessão, a taxa a dez anos da Alemanha está agora a subir 3,4 pontos para -0,093%, ainda bem abaixo da fasquia de 0%. Com esta tendência, o prémio de risco da dívida portuguesa está a subir ligeiramente para 321,5 pontos.

Isto um dia depois da confusão em torno de declarações do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. "Schäuble diz que Portugal pediu um novo programa e vai tê-lo", avançaram, primeiro, a Bloomberg e a Reuters. Logo criou-se o reboliço, até que surgiu a correcção.

"Portugal está a cometer um erro grave se não cumprir os compromissos assumidos", terá dito afinal o ministro alemão, acrescentando que "os portugueses não querem [um segundo resgate], e também não precisarão dele se cumprirem as regras europeias". Mas "têm de cumprir as regras europeias, caso contrário enfrentarão dificuldades", concluiu.