Notícia
Itália faz disparar juros de Portugal em mais de 20 pontos base para máximos do ano
A situação política em Itália está a deixar os investidores desconfiados e receosos. Os juros de Itália estão a disparar mais de 20 pontos base, arrastando as "yields" portuguesas, que também estão a subir mais de 20 pontos.
A situação política em Itália voltou a complicar-se, com a solução ainda a ser uma incógnita, ainda que o cenário mais provável seja a convocação de eleições, que só deverão decorrer no Outono.
Depois de um alívio de pouca duração no início da sessão, a taxa de juro associada à dívida de Itália a 10 anos está a subir 24,3 pontos base para 2,703%, o que corresponde ao valor mais elevado desde Junho de 2015. Na dívida a cinco anos a subida é ainda mais expressiva: 34,1 pontos para 1,701% - um máximo de Junho de 2014.
Já a "yield" a 10 anos de Portugal está a disparar 23,1 pontos para 2,151%, um máximo de 27 de Outubro.
Já a taxa de juro da dívida a 10 anos da Alemanha está a recuar 1,8 pontos para 0,387%.
A contribuir para o agravamento dos juros dos periféricos estará também situação política em Espanha, com a fixação das datas de votação da moção de censura ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy, e que também ameaça uma crise política no país vizinho. O Parlamento espanhol já determinou a data de debate e votação da moção de censura ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy. O debate começa a 31 de Maio, quinta-feira, e termina no dia seguinte, 1 de Junho, altura em que será votada.
A taxa de juro de Espanha está a subir de forma bem mais moderada: 6,6 pontos para 1,531%.
E não é apenas o mercado de dívida que está a sucumbir. As bolsas europeias, que ainda iniciaram a sessão em alta, já inverteram a tendência seguindo em queda. E a mais penalizada é a de Itália, com o principal índice bolsista a cair mais de 2% para mínimos de Março.
Cottarelli é novo primeiro-ministro. Itália deverá ir a eleições no início de 2019
Depois de Giuseppe Conte ter desistido de formar governo, o presidente da República deu início ao seu plano de nomear um governo apartidário. Convocou Carlo Cottarelli, um ex-responsável do Fundo Monterário Internacional (FMI) para o convidar a formar governo.
O responsável aceitou, tendo como missão aprovar o Orçamento do Estado para o próximo ano. Mas impôs uma condição: o Parlamento terá de viabilizar o Executivo através de uma moção de confiança. Caso contrário Itália ficará, de novo, sem governo.
Neste cenário em que o Parlamento aprova este governo apartidário, as eleições deverão ser convocadas para o início de 2019. Se a moção for chumbada, então deverão ser convocadas eleições ainda este Verão.
(Notícia actualizada às 11:57 com mais informação)