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IGCP: Certificados são "produtos muito caros" para o Tesouro português
A presidente do IGCP, Cristina Casalinho, destacou o dinamismo das famílias no investimento em CA e CTPC e alertou que as remunerações associadas a estes produtos são demasiado elevadas face ao custo de emissões com OT.
As famílias portuguesas continuam a revelar "dinamismo" nas aplicações em produtos de poupança do Estado, considera a presidente do IGCP. Apesar da relevância do contributo dos particulares no financiamento do Tesouro português, Cristina Casalinho destaca que os certificados do Tesouro são um instrumento de financiamento com custos mais caros para o Estado, na medida em que custam o dobro das Obrigações do Tesouro (OT).
"O mercado de retalho continua a revelar dinamismo, num ano que era esperado ser diferente", adiantou esta quarta-feira Cristina Casalinho, numa audição da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), na Comissão de Orçamento e Finanças. A presidente do instituto que gere a dívida portuguesa salvaguardou, porém, que, apesar da importância do contributo das famílias para o financiamento do Estado, é preciso ter em conta os custos dos certificados para o Tesouro.
"Os certificados do Tesouro, que são um instrumento a 7 anos, têm uma taxa de remuneração de 1,3%, Portugal fez uma emissão de OT a sete anos a 0,7%. Com os certificados estamos a pagar o dobro", exemplificou Cristina Casalinho.
Além dos custos, a responsável notou ainda a imprevisibilidade do ritmo de entradas, uma situação que pode afetar a tesouraria da agência, lembrando meses em que entraram mais de 2.000 milhões de euros em certificados do tesouro, em 2015.
"Ao contrário dos outros instrumentos – num leilão de BT determino quanto vou emitir, tenho controlo sobre o montante e o preço – nos CA e CTPC estou exposto ao que entrar", acrescentou. Ao contrário de outros países, onde este tipo de instrumentos pesa cerca de 5% do financiamento do Estado, em Portugal as famílias são responsáveis por perto de 11% dos empréstimos ao Tesouro, uma percentagem que, segundo Cristina Casalinho, não tem grande margem para aumentar, devido aos constrangimentos ao nível da imprevisibilidade de fluxos associada a estes produtos.
"O mercado de retalho continua a revelar dinamismo, num ano que era esperado ser diferente", adiantou esta quarta-feira Cristina Casalinho, numa audição da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), na Comissão de Orçamento e Finanças. A presidente do instituto que gere a dívida portuguesa salvaguardou, porém, que, apesar da importância do contributo das famílias para o financiamento do Estado, é preciso ter em conta os custos dos certificados para o Tesouro.
Os portugueses mantinham, no final de agosto, 17.251 milhões de euros aplicados em certificados do tesouro poupança crescimento (CTPC), enquanto os certificados de aforro (CA) têm um "stock" de 12.165 milhões de euros.
Desde o início do ano já entraram em certificados 347 milhões de euros, com as famílias a procurarem estes produtos em alternativa aos juros nulos dos depósitos.
Além dos custos, a responsável notou ainda a imprevisibilidade do ritmo de entradas, uma situação que pode afetar a tesouraria da agência, lembrando meses em que entraram mais de 2.000 milhões de euros em certificados do tesouro, em 2015.
"Ao contrário dos outros instrumentos – num leilão de BT determino quanto vou emitir, tenho controlo sobre o montante e o preço – nos CA e CTPC estou exposto ao que entrar", acrescentou. Ao contrário de outros países, onde este tipo de instrumentos pesa cerca de 5% do financiamento do Estado, em Portugal as famílias são responsáveis por perto de 11% dos empréstimos ao Tesouro, uma percentagem que, segundo Cristina Casalinho, não tem grande margem para aumentar, devido aos constrangimentos ao nível da imprevisibilidade de fluxos associada a estes produtos.